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Foi para música por obrigação e descobriu a sua vocação

Foi para música por obrigação e descobriu a sua vocação

Ricardo Nogueira é o rosto da empresa “Artitude”, loja de instrumentos musicais em Torres Novas

A par da música, Ricardo Nogueira traçou sempre um percurso académico. É também professor de ensino básico e 2º ciclo na variante de Educação Física.

Tinha sete anos quando, por obrigação, o pai o inscreveu na Banda Filarmónica Ferreirense, de Ferreira do Zêzere, vila onde nasceu. A ideia passava por tomar conta da irmã mais velha, que também frequentava o agrupamento. A obrigação de Ricardo Nogueira transformou-se em vocação, desenhando-lhe um futuro risonho na música, apesar de profissionalmente ter tirado o curso de Educação Física, na variante de ensino. “Comecei pelo solfejo, durante três meses, e depois comecei a fazer a classe de clarinete. Cheguei a chefe de naipe, passei para o fliscorne, depois trompete, fui para a bateria e depois saí”, conta Ricardo Nogueira, 36 anos, rosto da empresa “Artitude”, uma loja de instrumentos musicais muito sui generis localizada na Avenida 8 de Julho, em Torres Novas.Depois de seis anos e meio na banda, começou a aprender a tocar guitarra e seguiu-se o ingresso, entre os 15 e os 18 anos, numa banda de bar chamada “Tri Star” (agora Tirikeda) composta por três elementos. Mais tarde, passou a fazer parte dos Réplika, de Olalhas (Tomar), onde tocou durante quatro anos em que a banda conheceu um grande “boom”. Foi nessa altura que começou a dar aulas de guitarra em Tomar. Seguiram-se seis anos nos FH5, uma banda de Tomar, sendo agora solicitado para tocar guitarra com artistas, alguns dos quais bem conhecidos do público como Micaela, padre José Luis Borga e Filipe Santos.A par da música, Ricardo Nogueira traçou sempre um percurso académico. É professor de ensino básico e 2º ciclo na variante de Educação Física, curso que terminou em 2002. Estudou dois anos no Conservatório de Tomar e, em 2002, foi para a Escola “JBJazz”, em Lisboa, onde tirou um curso geral de jazz. A entrada no mundo do negócio da música surge após ter terminado o curso. “Não escolhi Educação Musical porque gosto de beber de várias fontes e penso que colocar os ovos todos na mesma cesta poderia dar mau resultado”, explica.Depois de terminar a licenciatura, continuou a dar aulas e a trabalhar como músico dos FH5. Fez um estágio profissional de um ano no Cercal, em Ourém, outro ano em Ferreira do Zêzere e, adorou dar aulas a crianças. “É a minha praia, ensinar crianças dos quatro anos para cima”, conta. Como não havia colocação na sua área profissional, foi trabalhar para uma loja de instrumentos musicais, onde esteve alguns anos como empregado de balcão. Uma proposta que não lhe agradou, aliada ao facto de gostar de ensinar, levou-o a tornar-se empresário, abrindo a “Artitude” em Novembro de 2011 em Torres Novas, para onde se mudou de armas e bagagens. O lema, que aglutina as palavras arte e atitude, espelha a alma do artista: “Música em toda a escala”. Mais do que um negócio, Ricardo Nogueira gere um conceito. “Acho que a função de um pedagogo é ensinar as pessoas a seguir o seu próprio caminho”, atesta.Na “Artitude” encontra-se todo o tipo de instrumentos musicais, desde os mais tradicionais aos mais exóticos. A loja é representante oficial de guitarras clássicas “Paco Castillo”, dos pianos “Kawai”, de guitarras eléctricas “Dean” e “Esp”, de guitarras electro-acústicas da “Tanglewood” e das baterias “Crush”. Mais do que uma loja que vende instrumentos, Ricardo Nogueira vende sonhos e, por isso, é que também na “Artitude” se podem receber aulas, por professores, de guitarra, bateria, teclado, técnica vocal, violino e saxofone. “Esta loja existe para eu poder transmitir aquilo que sei e para absorver dos outros aquilo que eles sabem sobre música”, atesta. A “Artitude” acaba por ser um ponto de encontro para quem ama a música. “Esta loja não pode ser conhecida por a loja que vende ao cliente aquilo que ele não quer ou não necessita. As pessoas podem vir até aqui apenas para falar”, afirma o empresário, no tom sempre descontraído que o caracteriza. Sem gostar de fazer muitos planos para o futuro, Ricardo Nogueira pretende continuar a fazer aquilo que mais gosta e a viver da música e para a música. “Tenho a sorte de fazer o que gosto. É preciso ter os pés assentes no chão mas nunca deixar de sonhar”, atesta.
Foi para música por obrigação e descobriu a sua vocação

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