Francisco Themudo de Castro morre em acidente de mota
Era um dos principais colaboradores da API e nessa qualidade assistiu e participou em muitas iniciativas de O MIRANTE. Ribatejano por adopção era uma figura muito conhecida e estimada. Tinha 38 anos e com o seu desaparecimento deixou meio mundo comovido.
Morreu Francisco Themudo de Castro. Tinha 38 anos, nasceu em Lisboa, cresceu em Constância e vivia no Estoril. Era licenciado em Ciência Política e um dos principais rostos da API (Associação Portuguesa de Imprensa). A sua morte deveu-se a um despiste de moto ocorrido na noite de quarta-feira, dia 11 de Junho. O corpo de Francisco foi velado pela família e amigos na igreja de Santo António do Estoril e a missa realizou-se na sexta-feira, 13 de Junho, pelas 14h00, na igreja da Senhora da Boa Nova seguido do funeral para o cemitério de Cascais. A missa por alma do Francisco foi extensa e participada constituindo-se numa homenagem que envolveu uma dezena de padres e muitos dos seus principais amigos que fazem parte do coro do Centro Paroquial do Estoril, instituição que era parte importante da vida em sociedade de Francisco Themudo de Castro.
O Padre Ricardo Neves, que dirigiu a missa por alma de Francisco, referiu-se várias vezes a ele relembrando episódios das semanas e dos dias anteriores à sua morte. Muito mais que uma missa, o acto religioso que se realizou na tarde do dia 11 de Junho na Igreja da Senhora da Boa Nova foi uma homenagem comovedora a “um ser humano muito especial que era não só um elemento agregador de uma família de sangue como um ser superior comprometido com a amizade e a solidariedade pelos seus semelhantes”. Um dos seus irmãos fez o discurso de homenagem a Francisco, sem lágrimas e sem soluços, procurando transmitir aquilo que o Francisco gostaria de testemunhar se pudesse participar no encontro da sua despedida; Depois de citar, e contar, o lado sempre bem disposto do irmão apontou para o caixão e disse, a terminar, que “tínhamos o Francisco na terra, agora temos um anjo no céu”.
Francisco Themudo de Castro era um dos principais colaboradores da API e uma das suas principais funções era assessorar o presidente da direcção, João Palmeiro. Ao longo destes últimos anos esteve presente em muitas iniciativas de O MIRANTE representando a API mas também procurando empenhar-se pessoalmente oferecendo-se para ajudar a administração do jornal naquilo que fosse necessário. Recorde-se que a API é a única associação realmente representativa da imprensa portuguesa e que, em tempos, teve um papel importante no associativismo ligado ao sector. Com as mudanças nos apoios do Estado à comunicação social, e a crise que entretanto se generalizou, incluindo a crise de valores e de identidade, a API perdeu importância de acordo também com o desinteresse associativo protagonizado pelos patrões dos órgãos de comunicação social.
Um comentário do seu tio e padrinho à notícia de O MIRANTE publicada online Marcelo Rebelo de Sousa, o conhecido comentador e professor universitário que era familiar de Francisco Themudo de Castro, enviou o seguinte comentário à notícia dada por O MIRANTE online no dia a seguir à sua morte: “Era meu sobrinho e afilhado. Inteligente, intuitivo, com sentido de humor, diplomata, apaziguador, mas, sobretudo, infinitamente bom. Passou a vida a servir os outros, com simplicidade total. E ainda tinha uma voz notável, cantando em grupos corais, e uma memória singular, que lhe permitia recordar tiradas longas de livros e filmes, que comentava sem maldade mas com ironia cativante. Morreu como viveu.