Administração da Viver Santarém com recurso à prata da casa
O presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves (PSD), recorreu à prata da casa para arranjar uma nova administração da empresa municipal Viver Santarém, ficando ele próprio a presidir ao conselho de administração, tendo como vogais os vereadores Luís Farinha e Inês Barroso, ambos também do PSD. Esta foi a solução encontrada após os eleitos do PS terem chumbado, há mais de um mês, o nome de António Melão para administrador executivo, com o singular argumento de este ter integrado a lista do PSD à Câmara de Santarém nas últimas eleições autárquicas. Desta vez já não puseram em causa o currículo do visado e até lhe destinaram palavras simpáticas.Esta alternativa de recurso vai causar uma situação curiosa: sempre que haja assuntos relacionados com a Viver Santarém para discutir e votar em reunião de câmara, os três eleitos do PSD que integram a administração da empresa municipal não vão poder participar, pelo que, na prática, os quatro vereadores socialistas passarão a ter a última palavra em todas as decisões, já que ficam com uma maioria confortável no executivo face a esses impedimentos. Na reunião do executivo realizada ao fim da tarde de terça-feira, a vereadora Idália Serrão (PS) disse que os eleitos socialistas estão conscientes dessas responsabilidades e prontos para as assumir, sempre de olhos postos na defesa dos interesses de Santarém e dos direitos dos trabalhadores e da qualidade de serviço da Viver Santarém. Assumiu que esta solução, sem a figura de um administrador executivo, lhes agrada mais e assemelha-se ao modelo de gestão das empresas municipais seguido pelo PS quando era poder. Os quatro socialistas abstiveram-se, viabilizando a proposta do PSD.Já o vereador da CDU, Francisco Madeira Lopes, voltou a votar contra, sublinhando mais uma vez que a sua posição nada tinha a ver com nomes mas sim com divergências de fundo relativamente ao processo de fusão de empresas municipais que levou à criação da Viver Santarém, bem como ao recente processo de reestruturação desta, que pode levar ao despedimento de cerca de 30 funcionários.O presidente da câmara lamentou e disse não compreender, mais uma vez, a posição do PS em relação ao nome inicialmente proposto para administrador executivo. E salientou que há muito trabalho a fazer para que a Viver Santarém tenha, em 2014, resultados de exploração positivos e assim evite o seu fim. Segundo a lei em vigor, após três anos consecutivos de resultados negativos, as empresas municipais devem ser extintas. Nos últimos dois anos a Viver Santarém apresentou prejuízos.
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