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Colete Encarnado é importante para o comércio de Vila Franca de Xira

O Colete Encarnado em Vila Franca de Xira é decisivo para a sustentabilidade do comércio local e alguns negócios dependem em grande parte da receita gerada pela visita de muitos turistas ao longo dos três dias da festa. Vários empresários, escutados por O MIRANTE, defendem melhorias no programa e um regresso às origens, com mais fado, fandango e folclore. Para muitos a nova biblioteca da cidade é uma mais-valia e o encerramento do Vila Franca Centro foi uma grande perda para a cidade.

Miguel Peralta, 39 anos, sócio-gerente da XiragomaBiblioteca deveria ter outra utilidadeMiguel Peralta é um aficionado e nas festas do Colete Encarnado gosta de assistir aos espectáculos, da confraternização, das tertúlias e do ambiente das ruas. Para este empresário as esperas de toiros são sempre o ponto alto mas considera que “é sempre possível melhorar o programa, haja ideias, é disso que precisamos”. Para o sócio-gerente da Xiragoma “é sempre bom” ter equipamentos “inovadores e progressistas” na cidade, como a nova biblioteca, mas defende que deveria ter outra utilidade. “Deviam equacionar outra funcionalidade para a biblioteca, porque está num bom sítio, virada para o Tejo e para a Lezíria”, refere. O empresário nota que o encerramento do Vila Franca Centro foi “um problema” que tem de ser resolvido rapidamente. “A gestão não era profissional, era um condomínio com dificuldade em concertar ideias e opiniões e a concorrência de outros centros comerciais veio anulá-lo”, lamenta.Marília Gaspar, 38 anos, sócia da FriomaqgásFestas são importantes para o comércioA empresária Marília Gaspar nunca foi às festas do Colete Encarnado, por isso este ano vai estrear-se, estando particularmente interessada nos espectáculos musicais e nas esperas de toiros. “A festa pode vir a ser uma mais-valia para o comércio da terra e permite-nos também dar a conhecer o nosso negócio. Abrimos a loja em Março por isso vai ser bom para nós e para os restaurantes e cafés da cidade”, refere. Marília Gaspar diz que as tradições se devem manter e que por isso o programa deve apostar no que é mais tradicional. Sobre a nova biblioteca da cidade a empresária entende que será um edifício “importante” para fomentar a leitura junto dos mais novos. “Resta saber se realmente vai ter livros suficientes e de diversas áreas para gerar interesse. É preciso que a biblioteca tenha bons livros para cativar os novos leitores”. Sobre o encerramento do centro comercial considera que foi “uma grande perda” para a cidade. Para a empresária a criação de um cinema no centro comercial era algo que potenciaria a cidade. José Constante, 62 anos, sócio-gerente do restaurante A CanoaDevia privilegiar-se o fado e o folcloreO programa do Colete Encarnado deveria privilegiar a música mais popular e relacionada com a festa brava. Esta é a opinião de José Constante. “Alguns grupos que tocam na festa não se enquadram nos festejos. O colete é toiros, fado e folclore”, diz o sócio-gerente do restaurante “A Canoa”. Mas não deixa de reconhecer que a festa é “muito importante” para a restauração. “Qualquer evento que traga gente à rua ajuda sempre o comércio, seja ele qual for. Nestes dias é só trabalhar, não conseguimos ir à festa. Para estarmos num local não conseguimos estar no outro. Temos de dar o nosso melhor para satisfazer o turista que aparece. Tem de ser bem servido e gostar”, refere José Constante. Sobre a nova biblioteca é da opinião de que qualquer novo edifício traz benefício para a cidade. “Já o fecho do Vila Franca Centro foi um funeral muito grande, aquilo devia voltar a abrir, fechado não beneficia ninguém”, lamenta.Luísa Santos 56 anos, agente HerbalifeCidade precisa de mais coisas do que uma bibliotecaA construção da nova biblioteca da cidade é importante mas Luísa Santos nota que são necessários outros investimentos em Vila Franca. “É um investimento grande demais para a cidade. Já tínhamos uma biblioteca que servia as necessidades e para o comércio era bom que existissem outros investimentos”, defende. Por exemplo era importante para a agente Herbalife que o Vila Franca Centro fosse reaberto, de preferência com cinema. “O fecho do centro relançou o comércio na rua mas seria útil para revitalizar a cidade se ele estivesse a funcionar”, refere. Sobre o Colete Encarnado diz que a festa é boa para gerar movimento na cidade e o programa actual é do seu agrado. “As festas dão sempre movimento aos sítios e contribuem para algum dinamismo, as ruas ficam enfeitadas, limpas e é bom para dinamizar o comércio”, opina. Luísa espera este ano ir à festa e às exposições patentes no Celeiro da Patriarcal. Manuel Pereira 65 anos, sócio-gerente da TV PereiraSão precisas ideias para reabrir o centro comercialPara o sócio-gerente da TV Pereira em Vila Franca é importante haver ideias que permitam a recuperação do Vila Franca Centro, que está encerrado. Manuel Pereira defende que a cultura devia ser uma área a considerar para o local. O espaço “dava uma boa sala de espectáculos, um cinema ou um teatro, por exemplo”, nota. O empresário costuma assistir às largadas de toiros do Colete Encarnado e não tem mudanças a apontar no figurino da festa. “É um ambiente engraçado, faz parte da nossa vida e dos nossos hábitos. Reencontrar os amigos e conviver é muito saudável”, refere. A entrada dos campinos e dos toiros é “o mais bonito que a festa tem”. Diz que a festa ajuda a dinamizar sobretudo o sector da restauração e que já lá vai o tempo em que era sinal de riqueza. Considera que são precisas mais actividades porque “em Vila Franca de Xira não se passa nada, excepto uma corrida ou outra de toiros durante o ano que nem chega a encher a praça”. No entender de Manuel Pereira desapareceram iniciativas que eram muito importantes para o comércio, como o Xirainfantil, a feira agrícola e a feira do cavalo. Manuel Pereira diz que a nova biblioteca fazia falta e era necessária, mas que o projecto escolhido foi “um exagero” para uma terra pequena como Vila Franca. Jorge Miguel, 38 anos, responsável do bar Me&YouMais organização na distribuição de sardinhas Na opinião de Jorge Miguel, o figurino actual do Colete Encarnado devia ser revisto, a começar pela distribuição de sardinhas na noite da sardinha assada. “Há gente a açambarcar as sardinhas com geleiras e sacos. Devia haver mais bancas com funcionários da câmara e da junta para controlar a entrega”, defende. Na rua Dr. Miguel Bombarda onde fica situado o estabelecimento de Jorge Miguel, o ordenamento de trânsito também não é o melhor, diz, e apela a mudanças. “Quando solicito a licença de ocupação de via para colocar balcões no exterior tenho o cuidado de perguntar se a rua vai estar cortada. Não vale a pena pagar se ela estiver aberta ao trânsito. Esta é uma rua com muito movimento nas festas por causa dos bares. O ano passado aconteceu-me ter balcões no exterior e abrirem a rua às 22h00”, lamenta. Na opinião de Jorge não havia necessidade de se construir uma biblioteca tão grande na cidade. “Poderiam fazer algumas obras e reestruturar a antiga, não havia necessidade de gastar assim dinheiro à toa”, nota. Para o empresário o Vila Franca Centro deveria ser utilizado pelos serviços do município e dos SMAS. Elisabete Macau, 40 anos, gerente do restaurante Cabeça de ToiroColete Encarnado ajuda a restauraçãoHá dois anos em Vila Franca de Xira, Elisabete Macau aprecia nas festas do Colete Encarnado os campinos, os cavalos e os toiros. Na sua opinião o programa está bom e variado e não precisa de grandes mudanças. “A festa é muito importante, sobretudo para a restauração, porque é o que faz aguentar o resto do ano. É um desafogo para o que vem sendo o Inverno. Vila Franca já não tem a feira do cavalo nem do melão e se não fosse o Colete Encarnado e a Feira de Outubro não me aguentava aqui”, confessa.Sobre a nova biblioteca da cidade a empresária diz que pode ser uma mais-valia, porque a cultura e o saber não ocupam lugar. “É uma obra que ao longo do tempo vai ter os seus benefícios”, opina. No que toca ao encerrado Vila Franca Centro, a empresária lamenta que o espaço não reabra, sobretudo com uma sala de cinema que permita às pessoas da cidade sair de casa. “Nem que abrisse apenas de vez em quando para criar algum movimento. O Ateneu também está morto. Há falta de dinheiro mas também há falta de dinamização da cidade”, nota.

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