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Jorge Rodrigues

Empresário, 38 anos, Golegã

“Vou muito mais vezes de bicicleta para o trabalho do que de carro. Só utilizo o carro em caso de grandes deslocações. A bicicleta é o meu meio de transporte preferido”* * *“Para mim um ordenado mínimo abaixo de 700 euros é um ordenado de miséria e não devia existir. Todos os dias há aumentos, todos os dias há despesas para pagar e conheço pessoas que recebem o ordenado mínimo ou pouco mais e passam por muitas dificuldades”

Já alguma vez se sentiu tentado em entrar activamente na política?Entrar activamente na política não. Já fiz parte de uma lista partidária, mas foi apenas uma experiência para tentar perceber o que é realmente a política. Nunca tencionei nem tenciono fazer política por fazer. A política é uma área que não me seduz.É capaz de deixar o carro em casa e ir de bicicleta para o trabalho?Sim. Vou muito mais vezes de bicicleta para o trabalho do que de carro. Só utilizo o carro em casos de grandes deslocações. A bicicleta é o meu meio de transporte preferido.Se pudesse emigrar não olhava para trás?Olhava muitas vezes para trás. Tentaria sempre todas as possibilidades para me manter no país. Nunca tive essa vontade, nem sequer quando era mais jovem. Tenho a minha vida estabilizada aqui na Golegã. Gosto de estar perto da família e, na minha opinião, muitas vezes o que se vai fazer e ganhar no estrangeiro não justifica o sacrifício.Já alguma vez se sentiu enganado nos negócios?Enganado na verdadeira acepção da palavra será muito forte. Talvez diga que já senti alguma desilusão com a forma como algumas pessoas trabalham. Quando sentimos que estamos a fazer tudo para bem do cliente e chegamos ao fim e sentimos que o nosso trabalho não é visto como devia.Ainda vale a pena tirar um curso universitário?Penso que não. Hoje em dia aposta-se muito num curso superior e quando se vem para o mercado de trabalho não se encontra emprego nas áreas que aprenderam. Acredito mais no valor de um curso profissional para que um jovem se integre com mais facilidade na vida activa. Num curso profissional um jovem tem mais contacto com a realidade que vai encontrar.Tem uma página criada no Facebook?Tenho, mas confesso que não ligo muito à sua actualização. Não exponho lá a minha vida particular, não concordo com essa forma de estar. A nossa privacidade deve ser valorizada. Mas sou dirigente da Secção de Cicloturismo do Núcleo Sportinguista da Golegã e, aí sim, temos uma página de Facebook actualizada e partilhada quase ao minuto.Quando era mais jovem era muito namoradeiro?Tive algumas namoradas, mas nada de especial. Não tinha o dom de estalar os dedos e elas aparecerem (risos).Qual é a melhor música para ouvir no auto-rádio?Tenho bom ouvido, gosto de apreciar um bocadinho de tudo. Desde o rock ao fado ouço com gosto.Como é que uma mulher deve estar na praia, de fato de banho ou biquíni?Sem qualquer malícia, acho que hoje em dia a mulher deve andar em biquíni. Fato de banho só para esconder algumas banhas a mais. O fato de banho está mais ligado à piscina.Que achou da campanha de Portugal no mundial de futebol?Acho que temos bons jogadores que não jogam como uma equipa e não se conseguem ordenar em campo como deviam. Cada um joga para seu lado. Depois, a exemplo de outras equipas europeias, os nossos jogadores chegaram ao mundial muito cansados. Toda a gente colocou pressão a mais sobre os seus ombros. Por mim nunca senti que Portugal pudesse ser campeão. Por isso não tive uma grande desilusão.Ir às compras com a esposa é um sacrifício?Não gosto de passear num hipermercado. Mas quando vou com a esposa não faço sacrifício nenhum, gosto de ajudar e acompanhar a minha esposa.Qual devia ser o valor do ordenado mínimo nacional?Para mim um ordenado mínimo abaixo de 700 euros é um ordenado de miséria e não devia existir. Todos os dias há aumentos, todos os dias há despesas para pagar e conheço pessoas que recebem o ordenado mínimo ou pouco mais e passam por muitas dificuldades. É triste, mas há muita miséria que nos passa sem darmos conta disso.Mas ouvimos a cada dia que passa o Governo a dizer que o país está melhor?É verdade. Está melhor para eles e para o grande capital. Isto é um bocado como os apoios que dão às empresas. A uma empresa grande que esteja bem fica sempre bem porque os apoios são quase sempre para elas. A uma pequena empresa os subsídios nunca chegam e é deixá-la definhar até chegar à morte.

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