A prova levou à vila do concelho de Torres Novas 478 pombos vindos de oito países estrangeiros e de todos os cantos de Portugal. Durante o sábado, dia 5 de Julho, na quinta do Casal das Flores, centenas de columbófilos juntaram-se para assistir à chegada das aves, na esperança de ver um dos seus pombos chegar entre os primeiros.A partir das 10h30 muitos olhavam para o ar à espera de ver os primeiros pombos a chegar desde Talavera de La Reina (Espanha), a 320 quilómetros de distância, para onde foram transportados na noite anterior. Foram largados às seis e meia da manhã e acabaram por chegar com uma ligeira antecipação em relação ao horário previsto. O dia estava bom e já era de prever que os pombos chegassem mais cedo, diziam alguns. Numa cerca vedada foram construídos pombais de madeira especificamente para a competição, onde as aves puderam descansar, comer e beber após a chegada. Perto das 11h00, alguém grita: “Vêm aí!”. Chegam os dois primeiros pombos isolados do restante bando. Dentro da cerca um homem com um apito, da organização do Derby, vai fazendo sons cadenciados para orientar as aves. As duas aterram numa plataforma de madeira que conduz à entrada num dos pombais. Hesitam em entrar ainda durante bons segundos até que uma decide que é tempo. Está encontrado o pombo vencedor que dá a quem o inscreveu um primeiro prémio de quatro mil euros.Um pombo da equipa alemã Familie Soellner foi o vencedor do derby. Em segundo ficou o pombo de José Trincão Ferreira & Filho, de Riachos, e o entusiasmo subiu de tom. O quarto pombo a chegar é também de Riachos, pertence à equipa das Garças do Boquilobo, e a festa voltou a atingir o auge.Até à hora de almoço mais de metade dos pombos tinham chegado aos pombais. Muitos perderam-se pelo caminho ou tiveram percalços. Mas este ano até não se registaram muitas desistências. “Foi um excelente derby”, disse o coordenador da prova e do derby, João Ferreira. No final do derby os pombos são leiloados e são muitos os interessados a tentar comprar os melhores da corrida para que as aves protagonizem corridas de fundo em provas distritais do próximo ano.Dedicação dos sócios e apoio da comunidade localO derby resulta do esforço dos sócios da Sociedade Columbófila de Riachos. Mas uma carpintaria da terra apoiou com a mão de obra para a construção dos pombais. Também contaram os patrocínios e a dedicação do pessoal ligado à SCR. No leilão dos pombos, que se seguiu à corrida, metade reverte para o clube e a outra metade para o dono da ave. “Há uns anos, sem crise, um pombo podia valer cinco mil euros. Hoje vendeu-se no máximo por 1000 euros”, conta João Ferreira.O dirigente da Sociedade Columbófila de Riachos garantiu ainda que o derby deste ano teve várias acções desde a chegada dos pombos aos pombais para ambientação. “Trouxemos as crianças da escola para assistirem à chegada de um treino e para lanchar. Tentamos também fazer com que esta prova seja uma prova solidária, e nestes tempos de crise retirámos uma verba do leilão para comprar livros escolares para os alunos mais carenciados”.