O Colete Encarnado em Vila Franca de Xira pode ser conhecido sobretudo pela festa brava com as largadas de toiros, as touradas mas há um outro lado da festa que só andando nas ruas se compreende. É o mundo das tertúlias cheias de amigos e das casas de portas abertas e fogareiros no quintal prontos a receber os visitantes com um sorriso num ambiente de convívio que às vezes já parece ser difícil de encontrar. É o reencontro emocionado dos familiares e dos amigos que estão fora. Durante três dias a cidade transforma-se e deixa de ser a terra fantasma de que muitos se queixam. Pelo menos durante este período há colorido com as ruas cheias de gente numa alegria contagiante. Os espectáculos musicais fazem esquecer os problemas. Os becos e ruelas iluminam-se. No sábado de Colete Encarnado vê-se o nascer do sol na Lezíria e percebe-se que a noite passou num ápice entre copos, petiscos, conversa com os amigos, fado vadio e danças intermináveis. No final dessa “prova de resistência” o povo abeira-se do rio para ver dez minutos de fogo de artifício e aplaudir o fim de três dias de algo que é muito mais do que uma simples festa. Filipe Matias