Stefan Pedroso
Administrador da Dinergia, 41 anos, Sobralinho (Vila Franca de Xira)
“É mais fácil ser empregado. Já estive dos dois lados. Como patrão temos muitas responsabilidades que o empregado não tem. Temos de garantir no final do mês os ordenados das pessoas e pagar ao sócio maioritário que é o Governo. Ao dia 20 ele tem de receber”* * *“Nasci na Suécia e vivi lá até 1988. Nós estamos 20 anos atrasados relativamente à Suécia. Se temos um país como eles, que é um dos mais desenvolvidos do Mundo, porque não copiamos muita coisa deles? Temos excesso de pessoas no Estado e muita politiquice”
É mais fácil ser patrão ou empregado?É mais fácil ser empregado. Já estive dos dois lados. Como patrão temos muitas responsabilidades que o empregado não tem. Temos de garantir no final do mês os ordenados das pessoas e pagar ao sócio maioritário que é o Governo. Ao dia 20 ele tem de receber.Quando for de férias vai escolher campo ou praia?Tento, quando consigo e posso, viajar para fora de Portugal. Gosto de conhecer outros países e outros costumes. No entanto às vezes prefiro ir para fora cá dentro. Quando conseguimos conciliar o tempo, eu e a minha esposa viajamos dentro de Portugal. Mas sou um homem de praia.A sua mulher fica com inveja quando olha para outras mulheres na praia?Não, vinga-se a olhar para outros homens (risos). Nunca tivemos guerras de ciúmes, de estar a olhar para uma pessoa. Levamos isso sempre na brincadeira.Um momento romântico é melhor às escuras ou à luz do dia?À luz do dia, porque gosto de ver a pessoa. É mais bonito levar a outra pessoa a um sítio com uma paisagem linda, e temos sítios muito bonitos em Portugal e na região. Por isso é mais bonito assim do que um jantar, com tudo escuro, só com uma vela na mesa em que quase não se consegue ver a outra pessoa.Na estrada já fez sinais impróprios com as mãos a um condutor que tenha feito uma acrobacia à sua frente?Não. Chamo nomes mas apenas dentro do carro e com os vidros fechados. Não paro o carro e não saio do carro. Mas tenho-me contido muito mais, sobretudo quando vou com a minha filha, que tem três anos, por isso tenho de ter muito cuidado com a linguagem.Estamos a construir um bom país para os nossos filhos?Estamos muito longe de conseguirmos ter um bom país para os nossos filhos. Não sei se será esta geração, a minha não será de certeza. Talvez a da minha filha consiga qualquer coisa. Nasci na Suécia e vivi lá até 1988. Nós estamos 20 anos atrasados relativamente à Suécia. Se temos um país como eles, que é um dos mais desenvolvidos do Mundo, porque não copiamos muita coisa deles? Temos excesso de pessoas no Estado e muita politiquice.Aceitava, portanto, o desafio de Passos Coelho para emigrar.Ia de bom grado de volta para a Suécia. Deixei amigos lá porque vivi na Suécia até aos 16 anos. Se tivéssemos a organização sueca em Portugal seríamos um dos países mais ricos na Europa, não tenho dúvidas disso. Não o somos porque não somos organizados e não encaramos as coisas com realidade. De Verão, à mesa, coiratos com vinho tinto ou caracóis com imperial?Caracóis, decididamente. Vinho prefiro verde, bem fresquinho.Se lhe pedissem dinheiro no supermercado, dava?Não. Se fosse um amigo a pedir ajudava, um desconhecido não. Pago algo para comer a quem tem fome. Só dar o dinheiro não.Uns amigos desafiaram-no para uma escalada. Alinhava ou desistia à partida?Dependia da altura da montanha (risos). Mas provavelmente acho que não. Se for para o convívio gosto mais e é uma boa maneira de libertar o stress do dia-a-dia. Foi convidado para um almoço com o presidente da câmara. O que lhe dizia? Para arrumar a casa. Temos um processo em andamento há quase 10 anos para tornar este espaço num pavilhão industrial e ainda não está, falta sempre qualquer coisa. Acho que lhe mostraria o meu desagrado pela demora.Aceitava o desafio de andar 30 dias de gravata em pleno Verão?Já o fiz. Antes de vir para aqui já o fazia. Por isso alinhava se fosse um desafio e no pico do calor. Na altura ainda era magrinho, safava-me mais ou menos. Agora é mais complicado (risos). Há certos sítios que é apresentável estar de fato e gravata. É um pouco o caso da nossa sociedade. Não veria mal em ir ao balcão do banco e ver o funcionário de camisa de manga curta ou sem gravata. Até porque a maior parte dos gestores mais novos já começam a andar de fato, camisa mas não andam de gravata. Não é a gravata nem os títulos que fazem as pessoas andarem mais para a frente ou para trás.
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