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Depois da fama e dos holofotes Helena Costa remete-se ao silêncio

Depois da fama e dos holofotes Helena Costa remete-se ao silêncio

Anunciada como a primeira mulher a treinar uma equipa profissional de futebol, treinadora de Alhandra abandonou clube francês sem se saber muito bem porquê

Helena Costa entrou na galeria dos famosos após ter sido contratada para treinar uma equipa profissional de futebol em França. A experiência durou pouco e da fama ao silêncio foi um ápice. Apesar de um currículo invejável e de ter sido notícia por todo o mundo, em Alhandra, terra onde reside, parece que ninguém sabe ou quer falar do caso. O que faz apimentar nos cafés a especulação sobre o que realmente se passou no clube francês.

Parece que há um “pacto de silêncio” na vila de Alhandra, concelho de Vila Franca de Xira, em torno do caso que envolve a jovem treinadora de futebol Helena Costa. A técnica, residente na vila, foi notícia a nível internacional ao tornar-se a primeira mulher a assumir o comando de uma equipa masculina profissional francesa. Um mês depois voltou a ser notícia por ter abandonado o clube, o Clermont Foot da segunda divisão, sem se saber muito bem porquê. A treinadora não dá explicações, os amigos e familiares remetem-se ao silêncio e fogem do caso a sete pés.Com um currículo invejável, a treinadora é agora assunto de conversa nos cafés de Alhandra, onde se vai especulando sobre o que terá acontecido. Helena Costa, que em 2010 deu uma entrevista a O MIRANTE, recusou agora falar com o nosso jornal. A madrinha, Teresa Porém, também se remeteu ao silêncio, bem como o pai da treinadora, Jorge Costa. No prédio de sete andares onde vivem os pais de Helena, não há vizinho que queira falar e alguns desconheciam o assunto. Também alguns amigos da treinadora se escusaram a falar do caso, que abalou a imprensa desportiva internacional.Foi em Maio que a alhandrense foi anunciada como a primeira mulher a treinar uma equipa profissional só de homens, depois de ter passado pelas camadas jovens do Benfica, pelos seniores masculinos do Cheleirense e pelas selecções femininas do Qatar e Irão. Recebeu mensagens de apoio do presidente da FIFA e da UEFA, do presidente da Federação Portuguesa de Futebol e foi alvo de saudações pelos autarcas locais. Ao fim de um mês, a treinadora apresentou a demissão alegando falta de respeito e amadorismo por parte do clube, depois de alegadamente ter sido deixada à margem na definição do plantel para a época que agora começa.O percurso e currículo de Helena são invejáveis. Passou pelas escolas de formação do Sport Lisboa e Benfica, já estagiou com o Chelsea de Mourinho e com o Rennes onde esteve Lazlo Boloni, chegando a ser prospectora da equipa de futebol sénior masculina do Celtic de Glasgow.A paixão pelo futebol começou cedo, ainda em criança, e sem qualquer tipo de influência familiar. Em 2010, em entrevista a O MIRANTE, disse que a sua brincadeira favorita era jogar à bola no pinhal e ver os jogos de futebol na casa de um vizinho. A treinadora confessava que havia muito preconceito associado às raparigas que jogavam futebol e sublinhava que infelizmente hoje em dia ainda há, mas dizia que “as mentalidades têm mudado ligeiramente e sobretudo as pessoas têm de fazer aquilo que gostam”.Na mesma entrevista, a treinadora lembrava que foi acolhida no Cheleirense (Mafra) com curiosidade e até algum receio. Depois, foi despedida, ironicamente por “falta de resultados” quando a equipa se encontrava no primeiro lugar da tabela do campeonato distrital, mas confessou que não guardava mágoa. Já na altura confessava com tristeza que na Liga portuguesa os clubes ainda não estavam preparados para ver uma mulher à frente da equipa. “É preciso acabar primeiro com os preconceitos. Existem pessoas do sexo feminino muito competentes, tal como as do sexo masculino”, alertava.
Depois da fama e dos holofotes Helena Costa remete-se ao silêncio

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