Custava-lhe levantar de manhã para trabalhar?Não. Nunca tive problemas em levantar-me cedo para ir trabalhar. A pontualidade foi sempre uma das minhas virtudes. Quase que nasci no país errado (risos).Se desse de caras com Passos Coelho no restaurante o que lhe diria?Que não está a fazer um bom trabalho. Perguntar-lhe-ia pelo futuro do nosso país. Dava-lhe nota das minhas preocupações quanto ao futuro dos meus filhos e dos portugueses em geral. Perguntava-lhe cara a cara o que é que os portugueses trabalhadores lhe fizeram de mal, para ele ter políticas tão penalizadoras para eles.Dá dinheiro aos arrumadores?Não! Isso é fomentar a pobreza. É como aquele ditado que diz que não se deve dar o peixe mas sim ensinar a pescar. Quando se dá esmola ao arrumador a acção não tem nada de pedagógica.Praia ou campo?Praia e campo. Sou natural e continuo a viver na Costa da Caparica, passo lá algum tempo e vivo também aqui na Golegã. Na Costa ouço o som do mar, algo que me acalma imenso, e vivo paredes meias com o campo. Na Golegã estou mais perto da azáfama da lezíria, por isso campo e praia são duas coisas que se completam na minha vida. Se fosse à China tinha medo da poluição?Não. Tenho até a certeza de que não me lembraria de qualquer problema de poluição. Teria de certeza mais receio e preocupação se fosse convidada para visitar algum dos países onde existem conflitos armados, onde todos os dias morrem crianças, mulheres e homens que o mal que fizeram foi terem nascido naqueles locais.O que significa para si a Feira Nacional do Cavalo?Fui criada numa quinta entre animais e comecei a vir muito jovem à Feira da Golegã, por isso toda esta festa com cavalos me dá um gozo muito grande. Gosto de tudo o que mexe com animais e a organização desta feira é muito importante nesse campo.Ainda tem algumas recordações da feira antiga?Sim, ainda me recordo dos cavalos no Largo do Arneiro sem muitas condições. Recordo-me da Feira de S. Martinho com barracas onde se vendiam aqueles brinquedos de madeira. Era tudo muito diferente do que é agora.Ainda há dinheiro para comer fora?Vai havendo, se calhar não tanto como se desejaria. Mas às vezes até acho que há demais. Fico muito admirada quando passo junto a um café e vejo sentados nas mesas a tomar o pequeno-almoço pessoas que dizem que se governam com o rendimento mínimo. Eu não faço isso e gosto muito de comer em casa. Gosto de ter gente sentada em volta da mesa descansada a conversar em convívio.Vale a pena ir votar?Vale sempre. Sei que é um direito mas para sociedades como a nossa devia ser uma obrigação ir votar. Sobretudo quando vemos taxas de abstenção gigantes. A incompetência e a inércia das pessoas tiram-me do sério. Sobretudo as que ficam sentadas na cadeira a dizer que as coisas estão muito complicadas mas não estão dispostas a fazer o mínimo para mudar a posição em que estão. Isso tira-me do sério. Somos um país de gente muito parada.Sente-se segura quando anda na rua?Sinto, nunca tive qualquer problema. Tanto na Golegã como na Costa da Caparica nunca senti receio de sair à rua. Curiosamente, na Costa parece-me que ainda nos sentimos mais seguros do que aqui. Lá há um menor escrutínio da nossa vida, vivemos com a vizinhança, mas sem problemas de calhandrices. Aqui na Golegã há segurança mas na verdade há sempre alguém a espreitar por detrás da cortina.A que petisco não resiste?Sou muito petisqueira (risos). Adoro picar aqui e ali. Gosto muito de caracóis, mas não resisto a qualquer bom petisco.De que objecto não se consegue separar?Da máquina fotográfica, de um livro e do telemóvel. Sou uma fotógrafa amadora que gosta de fotografar tudo, uma flor (gosto muito de flores), um insecto, a lua. Gosto de me sentar à sombra a ler um bom livro e preciso do telemóvel para saber notícias dos meus filhos, da minha família e dos meus amigos.Quantas facturas já pediu para concorrer ao carro topo de gama oferecido pelo Governo?Não pedi nenhuma. Não é preciso fazer uma inscrição? Não sei se vou pedir.