O museu da tauromaquia de Vila Franca de Xira anda para ser criado há 20 anos mas o projecto não tem passado de estudos e intenções. O presidente da autarquia, Alberto Mesquita, apresentou mais um estudo com considerações genéricas e que tem como principal dado concreto o nome do futuro director científico. Mais de metade das páginas do documento falam do nome proposto, o do sociólogo Luís Capucha. A oposição não gostou da proposta e obrigou Mesquita a retirar o estudo da discussão em reunião de câmara. Apesar das reviravoltas à volta da criação do museu ao longo dos anos o presidente aponta agora como meta a instalação do projecto até final do mandato, em 2017. E já escolheu um edifício na Rua Serpa Pinto que pode albergar o museu. Mas continuam a faltar ideias concretas das características que o futuro museu deve ter e como deve ser o seu modelo de funcionamento. Uma situação que só deve ser definida por uma comissão consultiva a criar mas ainda não há propostas sobre quem vai constituir este organismo.A oposição na câmara manifestou o desconforto em discutir o estudo. Rui Rei, da Coligação Novo Rumo (liderada pelo PSD), considerou “estranho” que mais de metade do estudo se focasse no currículo de Luís Capucha e não no museu em si. Disse mesmo que o novo museu não tem de ser um “espaço para os amigos” mas sim para a população. Alberto Mesquita diz que estão apenas a ser lançadas as ideias base para que se possa fazer uma discussão alargada do que virá a ser o museu. Defendendo que a criação do museu deve reunir um “consenso alargado” sobre o que representará para o concelho e para a cidade.A criação do museu tem surgido de vez em quando nos discursos políticos desde o tempo em que Daniel Branco (CDU) era presidente de câmara. Sempre que o assunto é discutido em reunião de câmara todas as forças políticas reclamam a paternidade da ideia, mas nunca se tem visto uma iniciativa concreta para criar o museu. Daniel Branco no final dos anos 90 disse que era um desígnio do concelho começar a pensar num museu tauromáquico. A sucessora, a socialista Maria da Luz Rosinha, abraçou a ideia e lançou estudos e ideias que nunca geraram consensos. Agora, Alberto Mesquita, tenta também dar seguimento à ideia.