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Coruche tem qualidade de vida mas para quem tem negócios faltam clientes

Não há quem viva e trabalhe em Coruche que diga mal da vila e do concelho. Elogios à sua beleza e à qualidade de vida são a regra. Para os comerciantes só falta uma coisa para se sentirem melhor, que são os clientes. Como a população não aumenta e não há grandes urbes por perto, as perspectivas de investimento são mínimas. A ruralidade do local não faz das pessoas rurais. Gostam da tranquilidade e de ver as largadas de toiros mas são raras as que já experimentaram andar a cavalo. Objectos de cortiça são raros, numa terra onde está instalado o Observatório da Cortiça.

Jacinto Joaquim, 58 anos, Agência Funerária Jacinto, Coruche“Gosto de ver as largadas de toiros mas em segurança”Jacinto Joaquim nasceu na aldeia de S. Torcato onde vai com frequência porque gosta do contacto com a natureza e da tranquilidade do lugar. Faz questão de ir todos os anos às Festas em Honra de Nossa Senhora do Castelo. Só falha quando tem trabalho. O que mais gosta de ver são as largadas mas fá-lo sempre ao longe. Nunca se aventurou a meter-se na frente de um toiro. Quando recebe amigos de outras zonas do país, gosta de os levar ao Miradouro da Senhora do Castelo e à zona do Parque do Sorraia. Apesar de ter nascido no campo e de ser ribatejano, Jacinto Joaquim nunca montou a cavalo. “Nunca calhou”, admite. Mas diz que gostava de experimentar. Apesar de ser a terra da cortiça não tem nenhum objecto de cortiça em casa. A vantagem de ter uma agência funerária em Coruche é a proximidade com as pessoas. A desvantagem é o facto de existirem quatro na vila, o que, na sua opinião, é demasiado.Miguel Coelho, 35 anos, Mediador de Seguros, CorucheEspectáculo musical de encerramento das festas este ano é especialDo que mais gosta das Festas de Nossa Senhora do Castelo é dos espectáculos musicais. Este ano vai ser especial, sobretudo a noite de encerramento, uma vez que a atracção musical, Sophia, é sua esposa. Vê as largadas de toiros nas ruas da vila mas não é grande aficionado. Nunca andou a cavalo. “Nunca surgiu a oportunidade de o fazer”, justifica. O mediador de seguros gosta de passear pela zona ribeirinha da vila. “A reabilitação da Avenida do Sorraia, inaugurada recentemente, é um bom exemplo do que Coruche tem de melhor”, afirma. Quando os seus amigos visitam Coruche pela primeira vez leva-os a conhecerem o miradouro de Nossa Senhora do Castelo. Não tem qualquer objecto de cortiça. Diz que Coruche é um sítio bom para vivar e para investir mas depende do negócio. Num grande centro há mais clientes. Ângela Neves, 38 anos, Empresária, Coruche“Adoro o convívio e gosto de assistir ao cortejo etnográfico”Ângela Neves adora as Festas em Honra de Nossa Senhora do Castelo e todos os anos tenta ir todos os dias ao recinto, pelo menos um bocadinho. O que atrai é o convívio e a oportunidade de rever os amigos que durante o ano não encontra com tanta regularidade como gostaria. Também não dispensa assistir ao desfile do cortejo etnográfico. Diz que nesta altura do ano tem mais trabalho. “Há sempre mais clientes. Mesmo que não comprem, pelo menos ficam a conhecer a loja”, afirma. O marido costuma andar a cavalo e já a desafiou várias vezes mas ela recusa porque tem medo de cair. A zona do Castelo, a igreja matriz, o parque ribeirinho e toda a avenida ao longo do rio Sorraia são os locais preferidos. Objectos em cortiça é que não tem nenhum. Diz que é vantajoso ter o seu negócio em Coruche porque está numa zona central. A desvantagem é estar distante de outras populações, o que torna mais difícil conquistar novos clientes.João Baptista, 27 anos, Farmacêutico, São José da Lamarosa “Pontes metálicas e zona ribeirinha são cartões de visita da vila”João Baptista não tem visitado as Festas em Honra de Nossa Senhora do Castelo, em Coruche, nos últimos anos, por falta de tempo. Quando consegue ir gosta das tasquinhas porque é aí que consegue conviver com os amigos que não vê tanto quanto gostaria durante o ano “devido à correria profissional”. O que mais aprecia em Coruche é a beleza das várias pontes metálicas antigas e a zona ribeirinha. São essas imagens que gosta que os amigos levem como “recordação” do seu concelho. O farmacêutico andou a cavalo uma única vez quando era criança mas a experiência não foi muito boa. “Assustei-me e nunca mais tive vontade de repetir a experiência”. Uma machadinha e um chapéu pequeno são os objectos que tem em cortiça. Ter uma farmácia em São José da Lamarosa, aldeia a 15 quilómetros de distância da capital do concelho, é bom porque é a única farmácia da aldeia e mau porque os únicos clientes são os moradores. Gabriela Matos, 46 anos, Veterinária, CorucheAndar a cavalo transmite sensação de paz e liberdadeGabriela Matos adora montar a cavalo ou não fosse ela uma apaixonada por animais. Diz que estar em cima de um cavalo lhe dá uma sensação de “enorme liberdade”. Mas explica que é preciso haver confiança. “Quando se consegue estabelecer uma grande harmonia com o animal e este entende as nossas ordens quase que nos transformamos num só e aí a sensação é indescritível”, explica. Natural de Palmela (distrito de Setúbal) mas a viver em Coruche há cerca de 20 anos, Gabriela Matos costuma ir às festas de Nossa Senhora do Castelo sempre que tem tempo disponível. Considera que todas as actividades se complementam, não destacando uma em particular. Gosta de dar a conhecer o que Coruche tem de melhor aos amigos que a visita. O miradouro do Castelo e os espaços à beira do rio Sorraia são os seus eleitos. Em casa tem várias peças feitas em cortiça, das quais destaca uma casa feita pelo pai do seu filho. A vantagem de ter uma clínica veterinária em Coruche é que pode atender também aos animais de grande porte e de produção. “Não encontro muitas desvantagens porque adequei a clínica às necessidades dos clientes”, explica.Manuel Ribeiro, 66 anos, Fotógrafo, Coruche“Caí muitas vezes do cavalo mas nunca ganhei medo”Aos 12 anos já Manuel Ribeiro guardava cavalos e éguas e nunca teve medo de montá-los. Mesmo depois de algumas quedas. “Andar em cima de um cavalo é muito tranquilizante. É uma sensação muito boa”, defende. Em Coruche gosta muito dos campos e só tem pena que estejam cheios de máquinas. “É sinal que as máquinas estão a roubar o lugar das pessoas que podiam estar a trabalhar”, refere com alguma nostalgia. A vista que o miradouro da Senhora do Castelo proporciona costuma levá-lo até lá. “Tenho pena que tenham destruído o castelo que dizem que Coruche tinha. Somos a única terra que tem um miradouro do Castelo, uma Santa do Castelo, mas não tem castelo”, lamenta. Quando os amigos o visitam prefere levá-los aos restaurantes do concelho para provarem as iguarias da sua terra. Não tem objectos em cortiça e defende que Coruche não tem que ser a capital da cortiça. “Sempre ouvi dizer que a cortiça era alentejana e nós somos ribatejanos”, sublinha. Já não é assíduo frequentador das Festas. Às vezes até escolhe o tempo em que as mesmas decorrem para passear noutras paragens. Fernando Rodrigues, 39 anos, Empresário, Azervadinha“Largadas de toiros e convívio com os amigos são as melhores coisas” Fernando Rodrigues costuma ir às Festas em Honra de Nossa Senhora do Castelo e aproveita para rever os amigos e conviver com eles. Não perde as largadas de toiros pelas ruas da vila. Montou uma vez a cavalo, gostou da experiência mas nunca mais repetiu. “Não se proporcionou”, confessa. Vive e trabalha em zona de campo e adora a lezíria de Coruche. Quando vai à vila gosta de visitar o Miradouro do Castelo e o Parque Ribeirinho junto ao Rio Sorraia. “Até de Inverno são locais bonitos para se visitar e ficar a contemplar a paisagem”, afirma. Tem alguns objectos em cortiça nomeadamente maletas em miniatura. Uma desvantagem de ter o seu negócio do ramo automóvel no concelho de Coruche é estar longe dos centros urbanos onde há mais pessoas. A vantagem é que ainda há emprego no concelho de Coruche e por isso ainda vai havendo dinheiro a circular, o que lhe permite ter uma boa carteira de clientes.

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