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Centralidade e boas vias de comunicação são mais-valias de Samora Correia

Para vários empresários da região a cidade de Samora Correia é um local com diversas vantagens onde vale a pena investir, a começar pela sua centralidade no mapa nacional e o rápido acesso a boas vias de comunicação. De aspectos menos bons só conseguem mesmo eleger a crise económica, que continua a complicar os negócios. Para os empresários as festas de Samora são boas para promover a terra e para dar um empurrão nas vendas.

Sérgio Santos, 35 anos, Sócio-Gerente, Tacofrota, Samora CorreiaProximidade com Lisboa afecta o comércioNa opinião de Sérgio Santos o crescimento das cidades é sempre positivo, lamentando que o actual estado da economia não permita um crescimento ainda maior. Diz que a proximidade de Samora Correia com Lisboa tem levado a que cada vez menos gente faça compras no comércio local, o que não é bom para Samora Correia. No seu ramo de negócio diz que a localização da cidade é excelente por beneficiar de boas vias de comunicação e de uma posição central no mapa do país. A sua empresa fica situada entre o Porto Alto e Samora, confessando-se desiludido com o actual estado em que se encontra o Porto Alto. “Viemos para cá há cinco anos, mas fizemos o negócio do armazém há sete anos. Isto tinha outro movimento e dinâmica que tem vindo a cair. Várias empresas fecharam”, lamenta. Sérgio confessa que não é aficionado mas costuma ir às festas. Este ano, por ter sido pai há pouco tempo, não sabe ainda se o fará. Mas reconhece a importância das festas e o seu papel dinamizador junto da comunidade.Sónia Freixo, 36 anos, empresária, funerária O Século, Samora CorreiaFestas são importantes para a cidade e a regiãoPara Sónia Freixo a cidade de Samora Correia está a transformar-se num dormitório, por causa do aumento de pessoas que ali residem. Sónia diz que o aumento de população não coloca em risco as tradições tauromáquicas da terra e prefere destacar como principal preocupação a falta de serviços na cidade, cuja abertura não tem sido proporcional com o aumento de população que tem sido verificado. Elogia o novo balcão único criado em Benavente, que permite aos moradores tratar de vários documentos no mesmo local. Não costuma ver as largadas, apesar de respeitar quem gosta. Não costuma participar nas festas por causa do trabalho, que lhe rouba bastante tempo. “Enquanto comerciante participo no apoio para a festa, ela é importante para dinamizar a cidade e a região”, explica. Elogia Samora Correia como uma cidade que gosta de receber bem e se encontra bem localizada. O maior problema continua a ser a crise económica, que leva a uma contracção do consumo das famílias.Rui Maduro, 69 anos, sócio-gerente, restaurante Unidos do Volante, Porto AltoConstrução das novas pontes retirou clientesApesar de se encontrar no Porto Alto, às portas de Samora Correia, Rui Maduro tenta sempre dar um pulo às festas de Nossa Senhora da Oliveira e de Guadalupe. Diz que são importantes para reencontrar amigos ou pessoas que andam afastadas da terra há vários anos. “É uma festa muito agradável”, elogia. Gosta de tauromaquia e por isso vai tentar ir ver as esperas de toiros. Mas apenas como espectador. “Com os meus pés pesados já não é fácil estar à frente do toiro”, diz com um sorriso. Rui Maduro defende que apesar do crescimento da cidade é importante que as tradições se mantenham e sejam reforçadas. Elogia Samora Correia e o Porto Alto como localidades que sabem e gostam de receber quem as visita. Diz que a localização privilegiada, central, é uma mais-valia da terra, apesar de notar que a construção da ponte Vasco da Gama e da ponte das Lezírias foram responsáveis por uma diminuição do tráfego automóvel e, como consequência, da redução do número de clientes. Vânia Correia, 36 anos, reformada, Porto AltoFestas são oportunidade para esquecer a criseO excesso de trânsito em ruas sem capacidade para acolher tantos automóveis é, na opinião de Vânia Correia, o principal problema associado ao crescimento da cidade de Samora Correia. Defende que os novos residentes também gostam das tradições tauromáquicas, assim sejam cativados pelos actuais residentes da terra. Elogia as festas de Samora Correia e do Porto Alto como festas capazes de atrair milhares de pessoas à região. “Desde que sofri um acidente que deixei de ir às festas mas mesmo antigamente quando ia notava-se que mesmo as pessoas de fora gostavam muito do ambiente e havia um grande intercâmbio”, elogia. Na opinião de Vânia, as festas são uma oportunidade excelente para a população esquecer a crise e distrair dos problemas do dia-a-dia. “As pessoas acabam por se divertir e isso é muito importante”, refere, notando que as festas são também boas para dinamizar os negócios e o comércio. Na opinião de Vânia Correia o maior problema do comércio é a crise, que não deixa os clientes com margem para compras. “Sem dinheiro não dá para comprar nada”, lamenta.José Carlos Serrador, 57 anos, Sócio-gerente, Emegás, Samora CorreiaSem gente jovem não haverá tradiçõesO facto de muita gente jovem estar a abandonar Samora Correia é motivo de preocupação para o empresário José Serrador. Na sua opinião a cidade está a envelhecer e nos desfiles etnográficos já é raro ver gente jovem. E sem jovens para continuar as tradições da terra estas correm o risco de desaparecer. A crise económica que está a empurrar os jovens para outros países também não ajuda. “Quando sair o último deixa de haver desemprego, porque já cá não estão”, lamenta. José gosta de ver as largadas de toiros e considera-se um aficionado de bancada, gostando da festa brava desde miúdo. Confessa que não vai à festa mas apenas às largadas de toiros, por uma questão de dinheiro e de disponibilidade. Elege a boa qualidade das vias de comunicação como o principal atributo de Samora Correia, mas lamenta que o actual quadro económico só permita “resistir à rasca” à passagem dos dias. Nota que hoje os lucros das empresas mal dão para pagar os impostos. Paula Nunes, 47 anos, empresária, 2004 Cabeleireiros, Samora CorreiaUma cidade que recebe bemNa opinião de Paula Nunes a cidade de Samora Correia tem crescido nos últimos anos em termos de população e isso é bom. Mas lamenta que todo esse crescimento não tenha sido acompanhado de equipamentos e serviços que pudessem tornar a cidade mais cosmopolita e menos rural. Diz não ter medo de se perderem as tradições taurinas por causa das novas pessoas que vão habitar em Samora Correia. É ribatejana e por isso costuma acompanhar as actividades taurinas, não perdendo uma oportunidade de visitar as festas. Só não vai quando o trabalho aperta. “Vou sempre como espectadora e tento ir a um bocadinho de tudo”, elogia. Paula Nunes elogia a cidade e as pessoas que nela habitam. “Gosto muito de estar aqui, foi uma terra que me acolheu muito bem, gosto da clientela, que é fiel e não tive problema em fixar-me aqui. O menos bom só mesmo a crise mas isso nota-se em quase todos os negócios”, lamenta.

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