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Mário dos cães faleceu a 2 de Julho e esteve na morgue até ao dia 16 à espera da família

No final dos anos 90 conheci o Mário em Santarém. Mário o “sem-abrigo”. Mário Mar Rio, o Poeta. Encontros casuais no quotidiano do agora chamado Jardim da Liberdade, frente à Rodoviária. A primeira “casa do Mário” foi na ex-biblioteca que se encontrava naquele jardim e que já não existe. Barbas brancas até ao umbigo, a mochila e o seu cão de nome Sultão.“Sem-abrigo”, muitas das personagens espalhadas pelo Jardim da Liberdade são o reflexo da crise inventada pela Nova Ordem Mundial (New Order), pela ditadura global (disfarçada de globalização por Bilberbergs, falsos Iluminados).O Mário escolheu viver na rua e morreu na rua. Expressão vocal; palavras que lhe vinham da alma torturada. Difícil chegar ao Mário naqueles dias em que ele insultava a farsa social entre bebedeiras exaltadas suavizadas pelo canto, pela ópera e a sua voz ecoava pelas vielas de Santarém, pelas tavernas.Alguns poemas do Mário perderam-se com ele para sempre. Sobre a cidade de Santarém escreveu muito. Os seus amigos (os sem-abrigo) do Jardim da Liberdade em Santarém lembram o Mário assim “Nem na morte teve sorte o Mário”. Eu lembro o Mário parafraseando Almada Negreiros. “Esta é a Pátria onde Camões morreu de fome e toda a gente enche a barriga de Camões.António Mendes

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