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Vernaculista Serafim das Neves

O ex-presidente da Câmara de Santarém escreveu à distrital do PSD, partido que o lançou na política acrescentando mais uma actividade à sua longa lista de actividades e passatempos. Quando li a notícia não lhe dei muita importância. Dizer que Moita Flores escreveu uma carta é o mesmo que dizer que eu bebi uma garrafa de tinto reserva, ou seja, não é notícia. Depois percebi que a carta era a desancar no actual presidente da câmara, Ricardo Gonçalves, eleito nas listas do mesmo PSD e também não me admirei. Desancar nos outros ao mesmo tempo que se cobre de auto-elogios é outra das actividades conhecidas de Moita Flores. Só fiquei verdadeiramente espantado quando li que o desancado Ricardo Gonçalves quer levar aquilo a Tribunal. Saber que há alguém em Santarém que ainda liga ao que Moita Flores diz é verdadeiramente espantoso. O presidente da Câmara do Entroncamento, Jorge Faria, tomou-se de amores por um bairro lá da terra dele, chamado Frederico Ulrich e está a dedicar-lhe toda a atenção. Cá por mim, só lhe faz bem estar apaixonado. Afinal é assim que se fomenta o bairrismo. Ainda por cima trata-se de um bairro Estado Novo, de casinhas pequeninas, que já deveria ter sido classificado património concelhio há muito tempo. No bairro mora uma das maiores comunidades ciganas da região. Ou seja, em pleno património histórico/arquitectónico, está implantada uma comunidade que só não está em extinção porque, apesar da crise, insiste em ter muitos filhos, atitude cívica que, estranhamente, não é reconhecida nem elogiada pelos governantes, apesar do país estar em queda demográfica acentuada. Jorge Faria tem bom gosto em matéria de interesses culturais.O autarca, que antes de ser autarca é professor, começou o seu trabalho no bairro pela educação. E tem dado mostras de ser um grande educador. O ministro Nuno Crato que se cuide. A primeira vez apareceu lá com polícias fortemente armados, para cortar a água a quem não pagava. Foi uma boa ideia. O pessoal ficou a saber qual a diferença entre as dívidas que o Estado assume se os cidadãos não pagarem, como as dívidas dos banqueiros, por exemplo, e as pequenas dívidas. Aquelas que, pela sua insignificância, não são dignas de honras de Estado, devendo ser suportadas pelos caloteiros. Além disso, matou dois coelhos de uma cajadada. Em vez de os polícias irem às escolas fazer aquelas palestras sobre o polícia amigo, proporcionou às crianças que ali moram a possibilidade de assistirem a uma aula prática. E como são importantes os métodos audiovisuais de ensino, Deus meu!A semana passada, para não se pensar que se tinha esquecido do bairro, pediu aos funcionários do canil intermunicipal para irem lá recolher os cães vadios. O objectivo foi proteger os moradores de levarem dentadas ou de contraírem doenças. No futuro talvez contrate a Paula Bobone para ir lá fazer uns workshops de Etiqueta e Boas Maneiras. Quanto a mim seria uma excelente ideia. Toda a gente sabe que quem não consegue comer de faca e garfo não tem futuro. Basta pensar no que aconteceu aos dinossauros por se portarem como uns alarves à hora das refeições. Enfim...o Partido Socialista tinha prometido, através do agora presidente, “Promover políticas activas para a responsabilização e inclusão social das comunidades de etnia cigana”. Prometeu e cumpriu. Não é como alguns que se esquecem das promessas mal chegam ao poleiro. Calculo que a comunidade cigana do Entroncamento lhe fique eternamente agradecida. Resta saber que tipo de festa lhe irá fazer.Saudações gitanas Manuel Serra d’Aire

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