Luís Ferreira do Alhandra Sporting Club estreia-se no campeonato do mundo de triatlo
Prova disputa-se no final deste mês no Canadá e o atleta tem mostrado potencial para obter bons resultados
Luís Ferreira, um dos seis atletas nacionais a serem convocados para o campeonato do mundo da modalidade, diz que o objectivo é dar o máximo na prova e ganhar experiência para poder evoluir no triatlo. Durante as últimas semanas esteve num regime de treino intenso de altitude nos Pirinéus.
Luís Pedro Ferreira, 19 anos, natural de Vila Franca de Xira, é uma das novas esperanças do triatlo do Alhandra Sporting Club (ASC), tendo acumulado bons resultados nos últimos meses e ganho o passaporte da Federação Portuguesa de Triatlo para representar Portugal no Campeonato do Mundo da modalidade, que se realiza no final deste mês no Canadá.O jovem atleta foi campeão nacional em juvenis, vice-campeão nacional em cadetes e há três semanas sagrou-se vice-campeão nacional de triatlo em juniores. A nível internacional, por equipas, terminou em quarto lugar o Campeonato da Europa em juvenis, foi quinto classificado na Taça da Europa que se realizou na República Checa e terminou em 11º lugar o Campeonato do Mundo de Duatlo.Pela primeira vez o atleta vai entrar num campeonato do mundo de triatlo, que contempla três modalidades: natação, ciclismo e atletismo. A prova disputa-se no Canadá e o clube de Alhandra vai também ser representado pela júnior Melanie Santos.Luís Ferreira diz que o seu objectivo é dar o máximo na prova e, se possível, terminar nos 20 primeiros classificados. Quer, acima de tudo, ganhar experiência para poder evoluir na modalidade. Durante as últimas semanas esteve num regime de treino intenso de altitude, nos Pirinéus, treinando diariamente entre 3 a 6 horas. Em entrevista a O MIRANTE, através da internet, o atleta conta que o seu dia começa às 06h00, faz uma caminhada de cinco quilómetros, tem pausa para pequeno-almoço, treina 40 a 70 quilómetros de bicicleta, almoça, descansa e acaba o dia a correr durante uma hora. Três vezes por semana tem ginásio.Luís Pedro Ferreira vive nas Cardosinhas, São João dos Montes, na companhia dos pais. A paixão pela modalidade começou cedo, em 2003, incentivado pelos pais. No início ligou-se à modalidade apenas por brincadeira e convívio, mas depois o caso foi-se tornando sério e desde 2010 que se empenha ao máximo na procura de resultados. João Pereira, ex-atleta do ASC, é uma das suas referências na modalidade. “O meu objectivo é ver, dia após dia, até onde posso ir. Se der para fazer carreira [no triatlo] é para continuar, senão vou dedicar-me aos estudos, que é o que acontece com todos os atletas”, refere. Luís entrou recentemente na faculdade num curso de gestão do desporto. Diz que o segredo do sucesso do ASC reside na formação e no grande espírito de equipa. “No que toca ao triatlo somos os embaixadores da modalidade no país, na opinião de muitos o Alhandra tem a melhor escola de triatlo do país. Temos sido várias vezes campeões nacionais em absolutos”, nota.Apesar do sucesso e dos resultados desportivos a falta de dinheiro e apoios continua a ser um problema. A maioria dos atletas percorre o caminho do sucesso sozinho e o clube, confessa, ainda vai vivendo muito das boas vontades de pais, atletas e dirigentes, perante apoios cada vez mais escassos. “Sinto que o triatlo é uma modalidade a ganhar importância mas há ainda um longo caminho a percorrer. É ainda uma modalidade um pouco desconhecida na sociedade, apesar de ter evoluído muito nestes últimos anos”, refere.O sonho de Luís Pedro Ferreira é vir a participar nos jogos olímpicos e de preferência representando o Alhandra Sporting Club. Sobre o concelho onde vive diz que é perfeito para viver e treinar. “Gosto muito da nossa terra, tem bons caminhos para correr, tem um passeio ribeirinho e gosto de andar na zona montanhosa. Sinto que tenho boas condições aqui, com a piscina e tudo. Sinto-me muito bem no clube”, refere.Nos tempos livres confessa que é um rapaz como qualquer outro da sua idade: organiza festas com os amigos, vai ao cinema e gosta de ver séries. Para ele “é um desperdício” quando os jovens de hoje passam demasiado tempo em frente ao computador ou a jogar nas consolas de jogos. “Podiam estar a apanhar ar livre e a praticar desporto que faz bem à saúde e pode até abrir outros horizontes”, conclui.
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