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Águas de Santarém pagou programas da RTP em que Moita Flores era comentador residente

Estação pública não explica negócio que foi facturado dois meses antes da renúncia do ex-autarca
A RTP facturou à empresa Águas de Santarém, exclusivamente detida pela câmara, as transmissões em directo do programa Justiça Cega a partir de Santarém e da Figueira da Foz, num total de mais de 12 mil euros. A estranheza do envolvimento da empresa já tinha sido levantada numa reunião de câmara mas nunca se soube bem os contornos do negócio que envolveu Francisco Moita Flores, que foi presidente da Câmara de Santarém e que por inerência de funções presidia também à empresa. A RTP, através de uma empresa de consultoria, foi parca em explicações. O MIRANTE teve agora acesso às facturas referentes às duas transmissões que curiosamente foram emitidas no mesmo dia, 20 de Agosto de 2012. Cerca de dois meses antes de Moita Flores ter renunciado ao cargo de presidente da câmara, após um período em que suspendeu as funções alegando razões de saúde. Razões essas que não o impediram de continuar a participar como comentador no programa, sendo a sua participação paga pela estação pública de televisão. A televisão apesar das insistências de O MIRANTE não explicou se era uma prática normal facturar transmissões de programas de opinião a empresas ou outras entidades públicas. O nosso jornal tentou várias vezes chegar à fala com o presidente da estação, Alberto da Ponte, que foi presidente da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas, em Vialonga, mas este nunca atendeu o telefone nem respondeu às mensagens escritas. Só ao fim de várias tentativas houve um contacto de um elemento da empresa de comunicação, Cunha Vaz & Associados, que tem um contrato para fazer a comunicação institucional da RTP, para dizer unicamente que Moita Flores era pago por participar no programa. Em qualquer parte da factura se refere que o serviço prestado tenha sido o de publicidade, pelo que se tratou de cobrar por uma iniciativa da televisão. Na descrição de cada uma das duas facturas surge apenas a referência “Produção Técnica, com um valor líquido de cinco mil euros em cada, mais o valor do IVA que foi de 1.150 euros. Depois o custo vem descriminado com um carro de exteriores digital, oito câmaras, uma grua, um grupo gerador e iluminação. Em Novembro de 2012 foram pedidas explicações pelo vereador socialista António Carmo numa reunião do executivo da câmara, já Moita Flores tinha saído e já trabalhava como candidato do PSD à Câmara de Oeiras, eleição que acabou por perder. Mas nunca houve grandes explicações sobre este caso.

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