Ministério da Defesa “mobiliza” mulher de 64 anos
Hermínia Salteiro teve a maior surpresa da sua vida. Noticias na comunicação social fizeram com que o ministério já tenha desconvocado a municípe de Ferreira do Zêzere
O Ministério da Defesa Nacional já esclareceu o caso da senhora de Ferreira do Zêzere que tinha sido convocada para o Dia da Defesa Nacional. Num esclarecimento enviado a O MIRANTE, terça-feira à tarde, a assessoria de comunicação diz que se tratou de um engano. “O Instituto dos Registos e Notariado I.P., através dos seus serviços centrais e de registo, assegura o fornecimento ao Ministério da Defesa Nacional da informação de identificação civil e registo civil relevante ao recenseamento militar. Verificou-se um lapso nos dados fornecidos, facto que deu origem à referida convocatória”, pode ler-se. A mesma fonte oficial diz que, “a pessoa em causa já foi contactada (...) e o seu nome retirado dos editais de convocação”. Termina assim um momento histórico, e ao mesmo tempo divertido, da vida de uma cidadã.Tudo começou a 12 de Agosto, quando Hermínia da Conceição de Jesus Ferreira Salteiro, reformada, moradora na Lameirancha, freguesia de Nossa Senhora do Pranto, concelho de Ferreira do Zêzere, recebeu uma estranha carta do Ministério da Defesa Nacional. Ao princípio pensou que havia algum engano mas depois de confirmar que o nome, rua e número eram os seus, abriu-a e ficou espantada. Aos 64 anos tinha acabado de ser convocada para o Dia da Defesa Nacional no Quartel de Santa Margarida, Constância. As primeiras pessoas a quem deu a notícia foi ao filho e à nora. “Sabem, eu agora também vou à tropa”. A nora riu a bom rir, tal como ela. O filho apenas disse que não tinha percebido nada. “Há muito que não me ria tanto, parecia uma parva”, resume. Havia um único pormenor na carta que a levou a desconfiar de um engano. “Estava tudo certo menos o ano do meu nascimento. Eu nasci em 1950 e na carta estava escrito 1995”. Fosse como fosse disse que se preparou para tudo até porque a falta de apresentação, explicava a carta, implicava uma coima. “Se tiver que ser lá vou eu no dia 30 de Setembro para Santa Margarida”, afirmou a O MIRANTE. O edital, afixado na Junta de Freguesia de Ferreira do Zêzere também confirmava a convocatória, sendo Hermínia Salteiro a terceira da lista com direito a Número de Identificação Militar e tudo. “Quando namorava, o meu marido foi para a guerra lá fora e ganhei uma aversão à tropa. Também não gostei nada quando o meu filho lá andou... e agora calhou-me isto a mim”, contou. Com a situação já esclarecida, talvez agora sinta alguma tristeza por ser a única da família que não “assentou praça” como se dizia antigamente.
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