Novas consultas de cardiologia no Hospital de Tomar só em 2016
Só há um médico no atendimento do serviço de cardiologia em Tomar
António Costa Cabral, 74 anos, doente cardíaco de Tomar, foi convocado para uma consulta para o dia 10 de Fevereiro de 2016 porque, neste momento, e de acordo com o que O MIRANTE apurou junto de fonte hospitalar, há apenas um médico cardiologista a fazer o atendimento aos utentes no Hospital de Tomar. O mesmo médico faz ainda serviço no Hospital de Torres Novas, onde a cardiologia do Centro Hospitalar do Médio Tejo está centralizada. Até ao fecho desta edição, não foi possível chegar à fala com a nova administração do CHMT, presidida por Carlos Costa Andrade, no sentido de saber se está prevista a contratação de mais clínicos desta especialidade. No entanto e conforme O MIRANTE tem noticiado os concursos para médicos especialistas não têm tido candidatos. O último concurso para a contratação de dois cardiologistas abriu em Junho de 2012.António Duque Neves é o único cardiologista que, desde há um ano a esta parte, está a dar consultas no Hospital de Tomar, ocasião em que outra médica cardiologista, Joana Delgado Silva, deixou de exercer funções no centro hospitalar. O cardiologista atende às quartas-feiras de manhã mas apenas três são primeiras consultas, como era o caso de António Costa Cabral. A sua médica de família solicitou, há cerca de mês e meio, uma consulta urgente de cardiologia. “Liguei para o Hospital de Tomar mas perguntaram -me logo se era por causa de ser 2016, o que pressupõe que mais pessoas já teriam ligado a questionar o mesmo”, conta o doente.O doente, bancário reformado, refere que decidiu expor o caso na praça pública não por si mas por todos aqueles que não têm voz ou a alternativa de recorrer a instituições privadas de saúde, tendo que aguardar pacientemente que os hospitais públicos tenham uma. “Eu até sou um privilegiado porque, devido à profissão que exerci, posso escolher entre dois sistemas de saúde”, conta, sublinhando que o facto da sua filha ser enfermeira em Lisboa o ajudará a resolver a situação com a maior brevidade possível. António Costa Cabral considera que “é triste que o país trate assim os seus cidadãos, no momento em que mais precisam” e, mais grave, depois de muitos anos a descontarem para o Serviço Nacional de Saúde. “É inadmissível uma situação destas, não podemos ficar calados”, afirma, apelando a que mais pessoas reclamem pelos seus direitos.
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