No mundo laboral e empresarial acreditar naquilo que se gosta de fazer é o segredo para os negócios de sucesso. A opinião é de Maria Olívia Nunes, gerente da Aroma do Campo, com lojas de produtos de agricultura, jardinagem, equitação e gourmet em Benavente e Santo Estêvão.Aos 49 anos Maria Olívia Nunes diz que não vê televisão e que isso a ajuda a não ser tão pessimista quanto ao futuro. O negócio tem corrido tão bem que já tem planos para internacionalizar a marca e vai em breve recrutar mais dois trabalhadores. Maria Olívia Nunes nasceu em Angola mas vive em Benavente desde a juventude, quando os pais se estabeleceram na vila. “O meu pai era uma pessoa muito virada para o negócio, criava gado e era sócio de uma fábrica de leite. Quando chegou a Portugal, depois de 1975, lançou-se no negócio da reciclagem, que era então praticamente desconhecido, e teve uma vida muito simpática, vendendo papel aos espanhóis”, recorda a O MIRANTE.Maria estudou em Benavente e arranjou o seu primeiro emprego aos 20 anos, como assistente de armazém numa fábrica de papel. A entidade patronal gostou do trabalho e promoveu-a a telefonista. Mais tarde passou para a parte financeira. Foi aí que aprendeu a gerir um negócio.“Um dia decidi que estava na hora de fazer qualquer coisa por mim e ao fim de nove anos nessa empresa lancei-me num negócio por conta própria. Deixei a segurança de um ordenado fixo e fui fazer o que queria. Até ganhava bem mas queria algo que me desse gozo. Disseram-me que era louca”, diz com um sorriso. A verdade é que a aposta resultou. Aos 29 anos Maria abriu uma loja de produtos agrícolas e de rações para animais, que não existia em Benavente na altura. “Foi um sucesso brutal”. Desde então abandonou essa empresa e criou a marca Aroma do Campo, tendo aberto uma loja em Benavente e há cerca de um ano uma segunda loja em Santo Estêvão, uma aldeia do concelho. E voltou novamente a ter sucesso. “Não se pode ter medo de investir, é preciso loucura mas com alguma precaução”, refere.Maria Olívia Nunes faz de tudo na sua empresa e confessa adorar cada momento. “Amo o papel de empresária e há apenas um segredo para o sucesso: chama-se honestidade. Isso basta. O bom negócio é bom quando ambas as partes ficam bem”, diz a mulher que não vê televisão para não ficar deprimida com as notícias da crise. Defende que o país precisa de pessoas que não se foquem nas desgraças mas sim nas soluções. “Na área gourmet temos produtos fantásticos em Portugal mas muitos não são conhecidos porque a maior parte dos produtos de qualidade vão para o estrangeiro. Sou uma fã portuguesa. Gostava que os jovens olhassem para isto com garra. Acreditar no nosso país e criar postos de trabalho”, confessa.Para Maria Olívia a simpatia, honestidade, delicadeza e respeito dos colaboradores são fundamentais no negócio, porque é a relação com o cliente que distingue a Aroma do Campo das restantes superfícies e espaços comerciais. “O bom receber, o bom saber dar uma informação, a delicadeza, informação e respeito. Estes valores estão a perder-se e para nós isto é fundamental”, garante. Todos os dias faz por chegar bem-disposta à loja. A sua ideia de expansão do negócio tem como objectivo criar valor e postos de trabalho e não enriquecer cegamente. Gosta de ser a primeira a chegar e a última a sair, todos os dias. Maria Olívia gostava de ter sido hospedeira quando era criança, porque sempre gostou de conhecer outros países. Ainda hoje, sempre que viaja, não se fica pelos hotéis e arranja sempre maneira de conhecer os países o mais possível. “Estamos agora a trabalhar em contactos de clientes que querem abrir lojas noutros países da Europa e nós vamos ser fornecedores. Só de produtos portugueses, marca Aroma do Campo, feitos cá. Vinhos, azeites ou presunto de vaca”, revela. O sonho é continuar a fazer crescer o negócio. A empresária diz hoje que não se vê a fazer outra coisa na vida.