Tesouros artísticos da igreja já podem ser vistos no Museu Diocesano de Santarém
São 150 peças de arte sacra em exposição. Algumas delas encontravam-se degradadas e esquecidas em paróquias da região.
Diversas peças de arte sacra de paróquias da Diocese de Santarém que estavam fechadas e esquecidas podem agora ser apreciadas, algumas delas depois de restauradas, no Museu Diocesano de Santarém, inaugurado oficialmente na sexta-feira, 12 de Setembro, pelo Presidente da República Cavaco Silva.No seu discurso, o bispo de Santarém referiu que o museu foi organizado “com a participação voluntária e interessada das paróquias, comunidades e respectivos pastores e colaboradores”, mas não omitiu as reservas manifestadas por algumas paróquias em ceder o seu património artístico mais valioso. “Por vezes há receio e desconfiança das paróquias face à diocese de perder a propriedade dos bens culturais. Mas a missão da diocese, como comunidade mãe, é dar a conhecer a riqueza das suas células, salvaguardar, valorizar, colocar a arte sacra à fruição de todos”, disse D. Manuel Pelino Domingues. E o prelado acentuou no seu discurso, na sé catedral repleta de convidados: “Muitas das obras hoje restauradas estavam fechadas e esquecidas nas paróquias, algumas mesmo em ruínas. Agora, recuperadas, podem ser contempladas e admiradas por todos. Reunidas em museu, manifestam uma visão mais rica e mais ampla do património eclesial. Tornam-se, por outro lado, um incentivo para cada comunidade cuidar do seu património”.O museu nasceu no âmbito da intervenção de requalificação feita recentemente na Sé de Santarém, a primeira a ser concluída do projecto Rota das Catedrais que resulta de uma colaboração entre o Governo e a Conferência Episcopal Portuguesa. O Presidente da República referiu que se deve aproveitar a Rota das Catedrais como um activo estratégico para o desenvolvimento local e regional.Aníbal Cavaco Silva felicitou o bispo pela decisão que tomou ao avançar para esta empreitada “ambiciosa” bem como o presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves (PSD), “pelo impulso decisivo do município para a construção deste equipamento”, considerando que a obra enquadra-se num “vasto e notável” esforço de recuperação e restauro dos principais monumentos da capital do Gótico. O museu, com várias salas e espaços de visitação, que incluem a Sé e o corredor nobre do Paço Episcopal, tem um espaço para exposições temporárias - a funcionar no antigo refeitório jesuíta - onde poderão ser mostradas peças que agora ficam na reserva. Tem em exposição permanente cerca de 150 peças de um total de 300 que foram alvo de reabilitação desde que se iniciou, em 2005, o processo de inventariação, valorização e restauro do espólio da diocese. Na exposição permanente encontram-se, além das peças que fazem parte do espólio da Sé, muitas outras pertencentes às paróquias.A cerimónia de inauguração contou com a estreia mundial da peça musical Cantata Mundi, de Rodrigo Leão, com arranjos e orquestração de Ana Margarida Encarnação e Rui Baeta, e direcção do maestro Myguel Santos e Castro.
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