Desconhecidos têm vandalizado nas últimas semanas, em Santarém, a sinalética indicativa da rota dos peregrinos com destino a Fátima ou a Santiago de Compostela, o que já mereceu o repúdio público da Câmara de Santarém e participação à polícia. As setas azuis (caminhos de Fátima) e amarelas (caminhos de Santiago), que indicam a rota e que habitualmente são pintadas em muros ou paredes, têm aparecido apagadas com recurso a spray de tinta vermelha, numa atitude difícil de entender. O assunto foi levantado na última reunião do executivo da Câmara de Santarém pelo vereador Luís Farinha, que repudiou a situação e apelou ao “respeito pelos peregrinos”. O autarca lembrou que Santarém é anualmente atravessada por milhares de peregrinos a pé que se dirigem para Fátima através do Caminho de Fátima ou para Santiago de Compostela, através do Caminho de Santiago, que tem um percurso comum com o Caminho de Fátima até Santarém. “O município reconhece o evidente interesse de qualquer desses caminhos”, declarou o autarca adiantando que a sinalética é fundamental para quem segue essas rotas pedestres e admitindo que a autarquia e a PSP não têm meios para garantir a preservação de todos os sinais existentes na cidade e no concelho.Os actos de vandalismo que se registaram nas últimas semanas obrigaram à remarcação da sinalética por parte de voluntários da Associação de Amigos dos Caminhos de Fátima. O presidente dessa entidade, Rodrigo Cerqueira, dirigiu mesmo uma mensagem aos vândalos através do facebook, onde recorda que a marcação da sinalética foi autorizada pela Câmara de Santarém e já existe desde 1998, tendo sido reavivada para facilitar a vida aos peregrinos.“Se pensar em voltar a apagar as setas pela terceira vez, deve ter em conta que o caso foi denunciado pelo município à PSP. Vandalizar a propriedade pública em zona histórica está sujeito a coimas muito elevadas”, escreve Rodrigo Cerqueira, deixando um conselho a quem se entretém a danificar a sinalética: “Se não concorda com o caminho assinalado, contacte a Câmara Municipal de Santarém e apresente uma reclamação”.