A Associação Portuguesa de Produtores de Tomate (APPT) solicitou, no dia 26 de Setembro, uma reunião de urgência com a ministra da Agricultura, Assunção Cristas. Os prejuízos causados pela chuva na campanha deste ano, as consequências do incumprimento da quota fixada para a produção de tomate em Portugal e a revisão do preço e operacionalidade dos seguros para a agricultura são alguns dos pontos que os produtores associados querem analisar junto do Ministério da Agricultura. Cerca de 30% da produção ainda está por apanhar, 4500 hectares de um total de cerca de 17.400 total de hectares plantados. Um prejuízo que já ultrapassa os 30 milhões de euros e que não pára de aumentar segundo o balanço feita pela APPT. A apanha de tomate foi suspensa no dia 6 de Setembro quando começaram as primeiras chuvas. O presidente da APPT considera que “esta é uma situação muito complexa” dado que as condições atmosféricas adversas não deixaram fazer a apanha do tomate nem possibilitaram o amadurecimento do mesmo em tempo útil. “É impossível as máquinas entrarem nos campos e grande parte dos tomates já estão podres”, lamenta Nélio Apolinário, pequeno produtor de tomate de Benfica do Ribatejo, que perdeu uma boa parte da sua produção com as chuvas das últimas semanas. Em entrevista a O MIRANTE, Amândio Freitas, presidente da APTT, adianta que a Sugalidal S.A. é um dos casos mais dramáticos com 800 hectares de tomate por apanhar. Na zona da Lezíria do Tejo, a TORRIBA, organização hortofrutícola que representa cinquenta produtores, tem também ainda 700 hectares da sua produção por colher. A norte do distrito de Santarém, Mário Antunes, vice-presidente da AgroTejo, União Agrícola do Norte do Vale do Tejo, revela que “a produção de tomate é a mais prejudicada pelas chuvas dos últimos dias”. Uma situação dramática que está provocar o desespero da AgroTejo ao ver que mais de quarenta por cento da produção pode estar perdida.