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Deu voltas à vida para trocar a contabilidade pela música

Deu voltas à vida para trocar a contabilidade pela música

Tiago Rosa, tesoureiro da Canto Firme, chegou a trabalhar como contabilista durante quatro anos mas a paixão falou mais alto e não teve receio de recomeçar tudo do zero.

Tiago Rosa, 29 anos, trocou a contabilidade pela música mas ambas se cruzaram novamente, ocupando desde Janeiro deste ano o cargo de tesoureiro da Canto Firme Associação Cultural, em Tomar, onde também dá aulas. Natural de Almeirim, depois de fazer um percurso académico vulgar até ao 10.º ano decidiu optar por um curso profissional de Contabilidade, em Santarém, mas a música sempre fez parte da sua vida. Por isso, durante o curso pensou em desistir de tudo para se entregar à música, um hobbie que tinha desde os 13 anos, quando começou a aprender a tocar trombone na Banda Marcial de Almeirim. Ponderou melhor e levou a formação até ao fim, arranjando emprego na área da contabilidade, numa empresa de extracção de pedra em Alcanede, durante quatro anos. O objectivo era conseguir ser autónomo do ponto de vista financeiro para “estudar música a sério” e fazer dessa a sua actividade profissional principal. “Sempre pensei que seria feliz se a música fosse a minha profissão”, confessa a O MIRANTE.Aos 20 anos Tiago Rosa não se via fechado num gabinete oito horas por dia, cinco dias por semana, e ambicionava uma vida mais social, mais criativa. Paralelamente ao trabalho, frequentou o Conservatório na Gualdim Pais, entre os 20 e os 24 anos, idade com a qual ingressou no ensino superior na Escola Superior de Música Artes e Espectáculo (ESMAE) no Porto. Frequentou o curso de Música de Interpretação Ramo Fagote, entre os 24 e os 27 anos, que era o instrumento que toca e para o qual está habilitado a dar aulas. O fagote é um instrumento de sopro que vem do período barroco e que é mais habitual ser visto em orquestras do que em bandas, explica. Apesar de ter tocado trombone durante muitos anos decidiu trocar para o fagote aos 20 anos por uma razão pessoal. “Sentia que necessitava de enveredar por outras direcções e por isso optei pelo fagote”. Convidado pelo actual presidente da direcção da Canto Firme, Simão Francisco, para ocupar o cargo de tesoureiro, admite que as noções básicas de contabilidade e de serviço administrativo, advindas de um curso profissional, ajudaram mas não são suficientes pelo que toda a parte fiscal da associação é tratada por um gabinete de contabilidade, tratando ele mais de questões de gestão interna da associação. Tiago Rosa admite que sempre gostou de Matemática e de resolver problemas que apelavam ao raciocínio lógico e por isso chegou até à contabilidade. Apesar disso, sente que tomou a decisão correcta. A habilitação do seu curso confere-lhe ser fagotista. A intenção passava por ser elemento de uma orquestra ou de uma banda de música profissional mas também de ensinar em conservatórios. Por isso, actualmente, está a investir num Mestrado em ensino da música para também poder dar aulas teóricas. O professor vive actualmente em Ourém mas pensa passar a residir em Tomar, cidade pela qual se sentiu abraçado. Depois de tirar o curso superior começou a dar aulas práticas de fagote e de música de câmara na Canto Firme e ainda num Conservatório das Caldas da Rainha. Mesmo quando frequentava o Conservatório na Gualdim Pais, Tiago Rosa já tinha uma ligação forte à Canto Firme pois sempre participou nos Cursos/Estágios de Verão que esta dinamizava. “Já conhecia funcionários, directores e professores e quando estas pessoas souberam que já estava licenciado e existia uma vaga para leccionar o meu instrumento chamaram-me para preencher essa vaga”, conta. O mais gratificante enquanto professor de fagote é ver, para além da sua evolução, o sucesso dos seus alunos.
Deu voltas à vida para trocar a contabilidade pela música

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