uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Autarca de Alverca esquiva-se às perguntas dos cidadãos e reencaminha-os para a câmara

Autarca de Alverca esquiva-se às perguntas dos cidadãos e reencaminha-os para a câmara

Confrontado com muitas questões na sessão da assembleia de freguesia, Afonso Costa rejeitou responsabilidades sobre diversas matérias, dizendo que são competência do município. “Se nada é da competência do presidente da junta, então o que está ele lá a fazer?”, questionou um cidadão.

“O senhor gosta mesmo da população da cidade?”. A pergunta foi lançada por António Gonçalves, morador de Alverca, ao presidente da União de Freguesias de Alverca e Sobralinho, Afonso Costa (PS), no período destinado às intervenções dos munícipes na última assembleia de freguesia, realizada a 26 de Setembro. O autarca não respondeu. Mais de duas dezenas de moradores da cidade, a maioria residente na urbanização da Malvarosa, compareceram na sessão, realizada na EBI da Malvarosa, e destes, nove tomaram a palavra para colocar bastantes perguntas ao líder da freguesia. A maioria relacionada com a urbanização e a construção de um novo restaurante de comida rápida naquele bairro.Muitos moradores acabariam por ficar desapontados porque Afonso Costa disse que, apesar da “boa vontade” em responder, a maioria dos assuntos levantados não eram da competência da junta e por isso recomendou a toda a gente que estava na sala que fossem colocar as perguntas nas reuniões de câmara. “Não sei responder e não consigo. Somos uma freguesia grande mas a maior parte das questões dizem respeito à câmara”, justificou. Entre quem assistia à sessão houve gente a quem as palavras do autarca não valeram de nada. “Se todos os problemas da freguesia, as ervas por cortar, o lixo no chão, o estacionamento selvagem, a bagunça que está nesta urbanização, nada é da competência do presidente da junta, então o que está ele lá a fazer? Só serve como moço de recados para a câmara? Para isso serve-nos o e-mail”, lamentou a O MIRANTE Marco Cruz, um dos moradores presentes na sala, que saiu antes do final, revoltado com a situação.António Fortunato foi o primeiro morador a usar da palavra, dizendo-se “ludibriado” por ter comprado casa na Malvarosa e descontente com a construção do novo restaurante. António Cid, outro residente da urbanização, foi duro nas palavras e acusou a câmara e a junta de só terem colocado um edital sobre uma alteração ao loteamento da urbanização em Julho, quando muita gente se encontrava de férias. Um rol de problemas por resolverFlorbela Alves pediu mais contentores para o lixo, em particular para os comerciantes. “Não metem contentores para o lixo mas sabem ir cobrar as taxas”, acusou. Ricardo Dias lamentou a retirada de identidade da urbanização da Malvarosa, a falta de segurança e a “rambóia” causada pelo novo restaurante. Silvino Santos usou da palavra para tentar perceber quem decidiu colocar uma boca de incêndio no meio de um jardim no Sobralinho. “Quando as ervas crescerem ninguém encontra a boca-de-incêndio”, ironizou.Adelino Nascimento acusou a junta de ter emitido licenças de ruído para eventos na Malvarosa sem ter na sua posse os pareceres da polícia e dos bombeiros. Sérgio Rodrigues lamentou o estado degradante dos parques infantis da urbanização, falta de estacionamento e a necessidade de colocar pilaretes em algumas ruas onde os carros estacionam em cima dos passeios. Nas respostas Afonso Costa disse que a junta deu parecer favorável à alteração do loteamento da urbanização, por entender que era a melhor forma de se terminar a urbanização e esta poder ser recepcionada pela câmara. O autarca disse que todas as queixas que lhe cheguem serão encaminhadas para os serviços do município. Já na recta final, quando questionado se iria solicitar uma medição de ruído junto às obras do restaurante, o autarca disse que só o faria quando tivesse esse pedido dos moradores. “Senhor presidente, aqui tem o nosso pedido”, disseram dois moradores quase em simultâneo em voz alta. Afonso Costa mandou-os escrever o pedido e entregar na junta.
Autarca de Alverca esquiva-se às perguntas dos cidadãos e reencaminha-os para a câmara

Mais Notícias

    A carregar...