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Perspicaz Manuel Serra d’Aire

Ouvi dizer que em Samora Correia alguns cidadãos estão contra o eventual corte de uma oliveira e de uma figueira que nasceram há muitos anos na fachada da igreja matriz da cidade, que se encontra em obras. Estão contra e estão muito bem, pois desde que, há muitos anos, um herege se lembrou de cortar a azinheira da Cova de Iria onde dizem ter pousado Nossa Senhora não se assistia a um atentado tão infame à nossa flora eclesial.Mais do que serem vistas como estorvos ou excrescências nefastas, aquelas árvores espetadas numa parede da igreja de Samora deviam ser veneradas e transformadas em objectos de culto. Porque se não é sinal de milagre nascerem árvores nas fachadas de templos, o que é um milagre hoje em dia? A Câmara do Cartaxo ter dinheiro para pagar os ordenados? O António Rodrigues parar de escrever livros? Eu ganhar juízo e começar a escrever coisas assisadas?Perante esta ameaça tão pouco católica de quem quer cortar pela raiz estes sinais divinos escarrapachados na parede da igreja de Samora só me resta dar-lhes um conselho: deixem-se de ideias nefastas antes que sejam condenados a arder eternamente no fogo do Inferno.A Escola Superior de Gestão de Santarém é há largos anos fonte inesgotável de conflitos, envolvendo sobretudo dirigentes e professores. Diria mesmo que o ambiente conturbado no seio daquela instituição faz lembrar o conflito entre israelitas e palestinianos, pela sua duração e violência. Não há dúvida que se trata de uma escola sui generis, onde os alunos parecem anjinhos se comparados com alguns dos belicosos professores e directores que por ali têm passado. Se os jovens conseguirem superar essa prova de fogo e acabar os respectivos cursos, estão prontos para enfrentar a vida sem temores.Sua excelência o senhor engenheiro (respeitinho é muito lindo!) Rui Barreiro, em pezinhos de veludo, lá conseguiu chegar à liderança do PS de Santarém. E como é que lá chegou? Através de uma decisão de secretaria, na sequência da demissão do anterior líder, de quem era vice-presidente. O curioso é que o seu antecessor, Carlos Nestal, demitiu-se do cargo porque era apoiante de António José Seguro; e perante a derrota deste nas eleições internas contra António Costa decidiu abandonar o lugar. Acontece que Rui Barreiro também era apoiante de Seguro e também decidiu abandonar o cargo, mas no seu caso com uma pequena mas importante diferença: passou de vice-presidente a presidente da concelhia socialista. Ora aqui está um bom exemplo de como o PS é um partido livre, onde cada um pensa pela sua cabeça e onde o mesmo facto pode dar origem a leituras e decisões tão diversas. Mas nada disto nos deveria admirar. Provavelmente, neste momento Barreiro já nem se recordará que apoiou Seguro e já se terá convertido num indefectível “costista” desde pequenino. À semelhança do seu camarada de Tomar, o inefável Luís Ferreira, que na senda das radiantes intervenções públicas a que tem habituado o seu vasto auditório não demorou a protagonizar um vistoso golpe de rins e a tecer loas ao novo líder do PS assim que viu o seu Seguro “morrer” de velho…Despeço-me com um duplo mortal à retaguarda e uma pirueta encarpada do Serafim das Neves

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