O Santuário de Fátima ao tomar a iniciativa de mandar fechar uma rua parece um mini-estado dentro do Estado, parecendo estar acima das leis. A Câmara Municipal de Ourém tem que agir com esta instituição da mesma maneira que procederia com qualquer outro munícipe prevaricador. Por outro lado, devia pedir explicações à GNR sobre quem, afinal, dá ordens para fechar uma rua pública e exigir responsabilidades. Claro que já se sabe no que tudo isto iria dar. O Santuário de Fátima depressa se transformaria em vítima e, dado o poder que possui, não teria dificuldade em enredar, baralhar e dar de novo, na tentativa de chegar ao jogo que lhe convém. Já começamos a estar habituados a comportamentos deste género e, ao que parece, eles vão emergindo sempre que alguém tem coragem de afrontar o aparente poder que ao longo dos tempos se instalou. Este sentimento resulta do facto de só, ultimamente, nos últimos cinco anos, se terem vindo a notar os conflitos entre Santuário e a CM de Ourém, o que leva a crer que antes o Santuário fazia o que queria, como entendia, e estava tudo certo. E aqui surge a grande questão: “O que é que mudou?”. Sinceramente, não sei responder! Só tenho dúvidas! Foi o comportamento dos responsáveis do Santuário de Fátima? Foram as leis, as normas, os regulamentos? Ou o facto dos executivos municipais terem maiorias diferentes e terem, porventura, níveis de exigência também diferentes? Numa destas três hipóteses estará, a meu ver, a resposta certa e não me inclino nada para que esteja nas duas primeiras. Se assim for, das duas uma: Ou o presidente da CM de Ourém arranja maneira de ver algumas cenas de um outro ângulo não susceptível de gerar conflito (coisa em que não acredito, mesmo sabendo que a freguesia de Fátima é a que tem maior número de eleitores no concelho de Ourém), ou outros episódios semelhantes se seguirão.João da Costa