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Entroncamento à procura de interessados para construção e exploração de crematório

Entroncamento à procura de interessados para construção e exploração de crematório

Localização do primeiro equipamento do género na região não foi discutida pelos municípios do Médio Tejo

Há algum tempo que havia conversas informais sobre a eventual necessidade de um crematório na área do Médio Tejo mas o assunto nunca foi colocado em cima da mesa. A Câmara do Entroncamento decidiu avançar e já tem o aval da assembleia municipal para abrir concurso para a concepção, construção e exploração de um crematório no cemitério municipal.

Se surgirem interessados, o primeiro crematório do Distrito de Santarém vai nascer no Entroncamento. A câmara municipal já tem o aval da Assembleia Municipal para a abertura de um concurso de concepção, construção, exploração, gestão, manutenção e conservação do equipamento e vai ceder dois espaços de 456 e 396 metros quadrados no cemitério municipal para o efeito. O período da concessão é de 30 anos. A decisão dos autarcas do Entroncamento não passou por qualquer tipo de concertação com os municípios vizinhos, nomeadamente os que integram a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, CIMT. Questionada por O MIRANTE, a presidente daquela organização, que também é presidente da Câmara de Abrantes disse que a necessidade de um crematório já tinha sido abordada mas apenas informalmente. “Houve algumas conversas. Mesmo aqui em Abrantes chegou a ser equacionada a possibilidade da instalação de um crematório. Iremos analisar essa situação. De qualquer modo acho que o crematório do Entroncamento é importante para a região”, afirmou Maria do Céu Albuquerque. O crematório mais próximo é o da Póvoa de Santa Iria, no concelho de Vila Franca de Xira, inaugurado em Outubro de 2010.Um dos espaços cedidos na zona nova do cemitério é para a implantação do Edifício do Crematório. O outro destina-se a um Jardim da Memória e aos Columbários (compartimentos para deposição das urnas com as cinzas dos cadáveres). Na classificação das propostas que vierem a ser apresentadas pelos concorrentes, a retribuição a pagar anualmente ao município, que não poderá ser inferior a 3% da receita bruta gerada pelos serviços prestados, terá um peso de 20 por cento. No entanto só haverá lugar ao pagamento “quando as cremações realizadas excedam o número de 120”.O caderno de encargos do concurso prevê a possibilidade de o crematório poder passar para a propriedade do município ao fim de seis anos se “o interesse público o justificar”. Para isso acontecer terá que ser feito um aviso prévio com, pelo menos, um ano de antecedência. A indemnização prevista é de 5% do valor da facturação global dos serviços concessionados, registada no ano anterior ao do aviso prévio, multiplicado pelo número de anos até ao final da concessão.Em Portugal existem perto de vinte fornos crematórios mas a maioria surgiu na última década. Até 2002 só existiam em Portugal três fornos crematórios a funcionar: o do cemitério do Alto de S. João em Lisboa o do Prado do Repouso, no Porto, e o do Cemitério Municipal de Ferreira do Alentejo. A primeira cremação em Portugal teve lugar a 28 de Novembro de 1925 no crematório do Alto de S. João em Lisboa. No entanto, 11 anos depois, o crematório foi encerrado, tendo a Câmara Municipal de Lisboa decidido reactivá-lo em 1985, em parte por pressão da comunidade hindu. Calcula-se que a taxa média de cremações em Portugal se situe entre os 8 e os 10 por cento mas só em Lisboa a cremação já ultrapassa os 50 por cento.
Entroncamento à procura de interessados para construção e exploração de crematório

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