Já começaram obras no pavilhão onde treina Clube de Trampolins de Salvaterra
Município vai investir 53 mil euros numa obra pedida há muito por atletas e dirigentes
A Câmara de Salvaterra de Magos adjudicou a empreitada de substituição do telhado do pavilhão onde treina o Clube de Trampolins de Salvaterra à empresa Framelro, Lda. O investimento do município vai ser de 53 mil euros e a obra já se iniciou. A autarquia decidiu fazer uma revisão orçamental para cabimentar dinheiro para avançar com a obra que os dirigentes e atletas do clube ansiavam há muito tempo. Há vários anos que os atletas treinam em condições precárias. Sempre que chove é normal ver, no interior do espaço, baldes de plástico que vão sendo despejados à medida que enchem.Uma antiga fábrica metalúrgica (MetalMagos), que mais tarde serviu de arrecadação da câmara municipal, foi recuperada pela autarquia local e cedido ao Clube de Trampolins de Salvaterra de Magos em 1994. O problema é que a falta de manutenção do espaço levou à sua degradação e com o passar dos anos a situação foi-se agudizando. O treinador do clube, Carlos Matias, disse a O MIRANTE, em Janeiro deste ano, que havia a necessidade de darem melhores condições de treino a todos os atletas mas sobretudo àqueles que treinam na selecção nacional. O professor contou que tiveram que adquirir um trampolim que se estragou apenas ao fim de um ano de utilização quando o tempo de vida deste equipamento é, normalmente, de quatro ou cinco anos. “Só com grandes vontades como estes atletas têm é que é possível alcançar os bons resultados que eles obtêm”, disse na altura.Também em Janeiro deste ano já o presidente da autarquia, que tomou posse em Outubro do ano passado, dizia que estava a par da situação e com vontade de ajudar a encontrar uma solução para o problema. “Temos que encontrar a melhor solução porque não temos nenhuma verba dotada em orçamento para fazer uma intervenção naquele pavilhão”, explicou. Hélder Esménio recordou que o problema da água que cai no interior do pavilhão já se arrasta há muitos anos. “Fui presidente da colectividade e conheço bem o caso”, sublinhava.Fábrica de produção de campeõesApesar das contrariedades, o clube é uma “fábrica de produção” de campeões nacionais, europeus e mundiais em trampolins. O treinador Carlos Matias apelida os jovens de heróis e explica porquê. “Eles não são ginastas, são heróis porque competem com miúdos da idade deles que treinam em centros de estágios, que acordam de manhã para treinar e à tarde voltam a treinar. Só fazem praticamente isto. Estes miúdos às 08h30 da manhã já estão na escola e às 18h30 estão aqui a treinar até às 22h00, com chuva e muito frio no Inverno. Muitas vezes andam com os pés molhados porque pisam a água que cai da chuva. Apesar das condições adversas conseguem títulos. São guerreiros. De vez em quando páro o treino para eles se aplaudirem mutuamente porque merecem”, salienta.Os responsáveis do clube garantem que é raro o fim-de-semana em que não são assaltados. O portão velho não permite a colocação de cadeado e os larápios aproveitam para entrar durante a noite. “O pavilhão está numa zona de pinhal, onde à noite não passa ninguém. Precisávamos de ter uma televisão para os atletas visionarem e estudarem pormenores dos treinos, mas não é possível. Tivemos uma mas roubaram-na logo. Não podemos trazer nada de valor que levam tudo”, explica a presidente do clube, Michelle Soares.
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