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Honestidade e sigilo profissional são fundamentais para um bom advogado

Honestidade e sigilo profissional são fundamentais para um bom advogado

Tânia Reis é advogada em Alverca do Ribatejo e uma apaixonada pela profissão

Para esta profissional, o país ainda permite que haja uma justiça para pobres e outra para ricos. E diz que a reforma judicial, da forma como foi feita, não trouxe mais-valias para os profissionais e para os utentes.

Um bom advogado faz a diferença na hora de uma decisão em tribunal e é fundamental que tenha no topo dos seus valores os princípios de honestidade, sigilo profissional, urbanidade e cordialidade. A opinião é de Tânia Reis, advogada com escritório em Alverca do Ribatejo e que vive na Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira.“Um bom advogado tem de ter todas essas qualidades. Mas para fazer a diferença tem de tentar colocar a nossa vertente humana nos processos mais delicados, como os processos de família. Temos de compreender, ouvir as pessoas, sermos compreensivos. Isso faz a diferença e produz resultados”, explica a O MIRANTE.Tânia Reis é uma apaixonada pela profissão e confessa-se viciada em trabalho. Não há fim-de-semana que não passe no escritório a despachar expediente e a actualizar-se com os novos códigos e alterações à lei que vão saindo. A família já conhece o seu vício e por isso apoia-a sempre que pode. “Apesar da carreira que vou construindo não posso deixar de agradecer aos meus pais, que me ajudaram com este escritório, devo-lhes imenso”, nota.Tânia Reis, 36 anos, nasceu no hospital militar da Lapa, em Lisboa, mas desde a infância que vive no concelho de Vila Franca de Xira. Exerce advocacia há onze anos. Optou por esta profissão quando estava a terminar a escola secundária. Tinha duas paixões: advocacia e desporto. Acabou por escolher a primeira e confessa não estar arrependida. “É uma profissão de desgaste rápido, muito cansativa, mas cada vez gosto mais daquilo que faço”, diz. A área criminal sempre a fascinou, muito por influência da família, onde tinha tios militares e também o pai, militar, que controlava passaportes no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras no aeroporto de Lisboa. “Quando já era advogada cheguei a concorrer para inspectora da Polícia Judiciária mas não passei nos testes físicos”, confessa com um sorriso. Hoje diz-se agradecida por esse rumo que a vida tomou, porque não trocaria a profissão de advogada por qualquer outra.Trabalha em todos os ramos do direito mas em especial com o direito criminal e de família. Ultimamente, por causa da crise, tem feito muitas insolvências, singulares e colectivas. É uma mulher que se confessa à vontade em tribunal. “Para mim é como estar em casa”, declara. Uma das suas primeiras diligências na profissão foi o interrogatório de um menor na Póvoa de Santa Iria. Algumas histórias marcaram-na para a vida, como a entrega judicial de uma menor.Para esta profissional, o país ainda permite que haja uma justiça para pobres e outra para ricos. “Devido ao aumento das taxas de justiça e custas judiciais nem toda a gente tem capacidade para esgotar todos os mecanismos processuais. Há uma justiça para pobres e outra para ricos e isso não é justo. O apoio judiciário também não é muito controlado, há pessoas que deviam ter e não têm. Outras não precisam e conseguem tê-lo”, lamenta.Tânia tem clientes em diferentes comarcas do País e gosta de ir a cada uma delas tratar dos assuntos. A reforma do mapa judiciário, aponta, não foi feita de forma correcta. “Trouxe muitos inconvenientes, não pelo facto de se ter passado processos para outras comarcas mas pelo facto de termos estado tanto tempo sem ter acesso ao Citius [portal de consulta de processos]. Esta reforma não fez qualquer sentido, não desta forma e da maneira como a fizeram. Veio prejudicar a vida de quem recorre à justiça”, critica.Tânia Reis confessa que um aliciante da profissão é nunca ter dois dias iguais. Não saber o que poderá acontecer é desafiante. “Não estou arrependida mas não é qualquer pessoa que tem estofo para isto. Temos de meter de parte a família para nos dedicarmos a isto”, nota. É mãe de dois filhos e confessa querer continuar na profissão durante muitos mais anos.
Honestidade e sigilo profissional são fundamentais para um bom advogado

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