“Bolo da Noiva”. É assim que se chama o bolo que Fátima Vital apresenta e que envolve uma tradição popular que vale a pena conhecer ou recordar. Está ali para ajudar Jacinta Sousa, doceira do Pego (Abrantes) durante a azáfama da “13.ª Feira Nacional de Doçaria Tradicional” que encheu de mil sabores o edifício do antigo Mercado Municipal de Abrantes, entre 24 e 26 de Outubro. Uns dias antes do casamento, por norma à quarta-feira, os pais dos nubentes têm por hábito oferecer, aos convidados da cerimónia, um destes bolos. Em outras terras, também existe o hábito de se oferecer um pratinho de arroz doce ou um tabuleiro com bolinhos e licores aos padrinhos. “Já não há muita gente a pedir isto mas ainda este ano, no Pego, fiz alguns destes por encomenda. É um gosto, já que o filho vai casar e, por isso, oferecem um bolinho”, conta Jacinta, 61 anos. A receita é simples: leite, açúcar, ovos, azeite e limão. Aqui não entra qualquer fermento e o segredo de Jacinta passa por deixar a mistura em repouso durante seis horas, antes de meter as mãos na massa. O forno faz o resto. Depois, é só esperar que, no “Grande Dia”, os convidados sejam generosos com os noivos, à conta de um coração que foi adoçado. Elsa Ribeiro Gonçalves