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“Ser empresário nos dias de hoje é um acto de coragem”

Presidente da Nersant, Salomé Rafael, fala das preocupações dos empresários da região
A presidente da Associação Empresarial da Região de Santarém - Nersant, Salomé Rafael, considera que o financiamento às empresas é uma das maiores preocupações actualmente. A dirigente, que falava na entrega dos prémios Galardão Empresa do Ano, aproveitou a presença do secretário de Estado Adjunto e da Economia, Leonardo Mathias, para referir que “a maioria das empresas está descapitalizada e os financiamentos existentes são escassos”. E acrescentou que ao nível da banca a maioria do financiamento “é a curto prazo e suportados em contas correntes caucionadas com prazos de alto risco de denúncia a 30 dias”, criticou.A dirigente falou também do novo quadro comunitário de apoio - Portugal 2020 - sublinhando que existem muitos investimentos em carteira e projectos que não avançam enquanto não forem conhecidos todos os regulamentos. Salomé Rafael defende que o novo quadro seja “rapidamente” agilizado e que o Portugal 2020 seja “verdadeiramente” vocacionado para a economia e para as empresas uma vez que são elas que criam emprego e riqueza.Também a carga fiscal que recai sobre empresas e famílias é para Salomé Rafael uma preocupação. Em 2014 a carga fiscal e parafiscal sobre a economia é de 36,6 por cento e em 2015 deverá aumentar para 37 por cento. Reconhecendo no entanto que se fizeram “alguns progressos”, nomeadamente ao nível da recente reforma do código do IRC e as alterações no cálculo do IRS. “Estas alterações são positivas mas ainda são insuficientes”, afirma.Salomé Rafael critica o facto dos custos energéticos em Portugal serem “muito” superiores à média dos outros países europeus. E deu o exemplo de França que paga, em média, menos 40 por cento que Portugal. “Em alguns sectores os custos com a energia são já superiores aos custos com pessoal. Como se não bastasse, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos propõe para 2015 um aumento médio de 6,8 por cento”, lamenta.Os aumentos nos combustíveis, por via da fiscalidade verde, que se esperam a partir de Janeiro do próximo ano também mereceram críticas da presidente da Nersant. Salomé Rafael considera que esta taxa vem agravar os preços dos combustíveis para milhares de empresas de pequena e média dimensão, muitas delas exportadoras e responsáveis pela maioria dos postos de trabalho do sector secundário. “Mais uma vez as pequenas e médias empresas vão ver a sua competitividade externa diminuída”, realça. Salomé Rafael defende que ser empresário nos dias de hoje é um “acto de coragem”. “Todos conhecemos as dificuldades por que passam as empresas para cumprir com todas as suas obrigações fiscais e burocráticas. Gerir tesouraria, pagar salários e concorrer num mercado global”, refere.Entre 2010 e 2012 as exportações do distrito de Santarém cresceram quase o dobro da média do país (46,4% contra 28,8%). As empresas que têm participado nas acções de internacionalização com a Nersant, no mesmo período, subiram o seu volume de exportações, em média, 250 por cento. “Estes dados mostram de forma clara que as empresas do Ribatejo estão orientadas e preparadas para o desafio da inovação e da competitividade, um dos garantes para o crescimento das exportações”, concluiu.

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