Os moradores da urbanização Solar das Marinhas na Póvoa de Santa Iria, uma urbanização de luxo construída há quase uma década pela Obriverca, fartaram-se de reclamar por telefone e e-mail e decidiram ir pessoalmente à última reunião pública de câmara, pedir ao presidente que arranje soluções para os problemas da urbanização, que se arrastam há anos.Espaços verdes mal cuidados, ineficácia dos sistemas de rega, má limpeza das ruas, excesso de ratos, palmeiras podres atacadas pelo escaravelho vermelho, bebedouros públicos que não trabalham, uma cascata que deixou de funcionar e acumula água estragada, muros a ruir e insegurança causada por fenómenos de toxicodependência foram alguns dos problemas levantados pelos moradores. O presidente do município, Alberto Mesquita (PS), admitiu que a urbanização tem problemas que “há muito” deveriam ter sido resolvidos e que são recorrentes e prometeu analisar o caso, até porque, disse, há situações que são de fácil resolução. “A situação da cascata não a conhecia mas vamos analisar ou encontrar uma solução que se adapte às novas necessidades de quem ali vive”, explicou. De qualquer forma o autarca garantiu que todas as soluções que futuramente sejam tomadas “terão em conta a opinião dos moradores”. Sobre o sentimento de insegurança o autarca prometeu avisar a polícia para passar mais vezes no local. “Se há um café aberto até às 02h00, e se ele é a causa desses problemas, pois então teremos de reconsiderar a licença de horário”, avisou.Sérgio Morganho, um dos moradores, lamentou o que considerou ser o “estado vergonhoso” da urbanização. “Estamos cansados e saturados da ineficácia da câmara e da junta na resolução destes problemas”, lamentou. Actualmente são os moradores que, com mangueiras próprias, regam e tratam dos espaços ajardinados, para que a urbanização “não pareça tão má”. O vizinho, Álvaro Bernardino, comentou uma recente alteração dos números de polícia sem que os moradores tivessem sido informados e João Espadeiro alertou para um muro em derrocada e excesso de ratos. A câmara garantiu que está a fazer desratizações frequentes mas prometeu reforçar a dose no local.O empreendimento Solar das Marinhas nasceu numa zona até então degradada da Póvoa de Santa Iria. Situada no limite entre a Póvoa e a vizinha localidade de Santa Iria da Azóia (Loures), é constituída por sete lotes de prédios onde moram dezenas de famílias. Além dos espaços verdes em redor dos prédios a urbanização inclui também um jardim central que, dizem os moradores, “é um matagal”. Há também uma cascata, que não funciona há onze anos.