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Ricardo Silva

Ricardo Silva

Presidente do Centro de Reabilitação e Integração de Coruche, 38 anos, Coruche

“Não têm de ser as pessoas com deficiência que se têm de adaptar a nós, nós é que nos temos de adaptar às pessoas com deficiência. Nós é que temos de criar condições para que elas possam ter igualdade de oportunidades e possam aceder aos mesmos serviços e aos mesmos espaços que nós frequentamos”* * *“Coruche tem de fazer muito mais para conseguir captar os jovens. Não há postos de trabalho, não há condições para eles se estabelecerem aqui. Neste momento, Coruche não tem grandes condições para os jovens. É pena porque Coruche é bonita e é muito agradável viver aqui”

O que significa para si o Natal? O Natal para mim tem um significado muito especial. Para além do nascimento de Cristo representa também a reunião da família, quando toda a gente se encontra. Toda a magia do Natal acaba por estar ligada à quadra em si, àquilo que ela significa, mas também à parte da família. E aquilo que a família significa que para mim é importantíssimo.Que prenda é que gostaria mais de receber neste Natal? Acima de tudo que eu e toda a minha família tivéssemos saúde. Acho que a saúde é o mais importante de tudo. Gostava que não houvesse notícias de guerra, gostava de boas notícias, de coisas boas para o mundo. Gostava que todas as pessoas que apoiamos aqui na instituição tivessem um feliz Natal com tudo aquilo que merecem.O que é que faz mais falta no concelho de Coruche? Faz falta um maior desenvolvimento a nível industrial, mais respostas para o comércio, mais postos de trabalho para os jovens. Gostava que as famílias do concelho tivessem menos dificuldades. E há famílias aqui com grandes dificuldades económicas... Fazem falta novas respostas sociais por parte das instituições.Se pudesse “tratava da saúde” ao primeiro-ministro? Não, não lhe tratava da saúde. Não tenho partido político e acho que acima de tudo não vivemos uma época de grande prosperidade, mas é importante que os políticos cumpram os seus mandatos até ao fim. Não tratava da saúde ao primeiro-ministro, não sei se a culpa do estado em que está o país é dele ou de outros que tiveram lá antes no governo.Era capaz de dar umas braçadas no rio Sorraia? Já andei de canoa no rio Sorraia e gostei muito. Nadar não sei, se calhar se fosse numa praia ou numa piscina... Mas se calhar dar umas braçadas sim (risos), no Verão. Agora não convém...Alguma vez pensou em emigrar? Não. Sou muito português, gosto muito de Portugal e nunca me passou pela cabeça emigrar. Acho que não tinha coragem para emigrar. Gosto muito do meu país, gosto da minha família e não me sentia com coragem de ir para um país diferente. Gosto muito da nossa cultura e para mim abandonar isto era abandonar uma parte de mim.Pensa mais nos outros do que em si próprio? Procuro pensar cada vez mais nos outros e cada vez menos em mim próprio.Qual é o programa perfeito para um sábado à noite? No Inverno gosto mais de estar em casa e de usufruir do meu espaço. Sou, entre aspas, um animal doméstico. Um bom livro, lareira acesa, é o que me apetece.Ainda existem muitas barreiras na sociedade para as pessoas portadoras de deficiência?Sim, existem imensas barreiras nas nossas vilas, nas nossas cidades. Agora já começa a haver alguma preocupação, mas a sociedade não está preparada para as pessoas com deficiência. Não têm de ser as pessoas com deficiência que se têm de adaptar a nós, nós é que nos temos de adaptar às pessoas com deficiência. Nós é que temos de criar condições para que elas possam ter igualdade de oportunidades e possam aceder aos mesmos serviços e aos mesmos espaços que nós frequentamos. Ainda há barreiras físicas, mas pior que isso são as próprias barreiras psicológicas. As barreiras do preconceito são as mais complicadas.Coruche consegue captar os jovens? Não. Coruche tem de fazer muito mais para conseguir captar os jovens. Não há postos de trabalho, não há condições para eles se estabelecerem aqui. Neste momento, Coruche não tem grandes condições para os jovens. É pena porque Coruche é bonita e é muito agradável viver aqui, mas realmente é uma pena porque não conseguimos que os jovens se estabeleçam aqui.
Ricardo Silva

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