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Escola Superior de Artes Aplicadas do Politécnico de Castelo Branco tem novas instalações

Escola Superior de Artes Aplicadas do Politécnico de Castelo Branco tem novas instalações

No dia da inauguração Presidente do Politécnico lembrou ao primeiro-ministro o impacto da instituição que dirige no combate à desertificação

Director da Escola de Artes defendeu a importância da cultura rem tempo de crise. Pedro Passos Coelho reconheceu a necessidade de políticas de discriminação positiva para responder aos problemas dos territórios de baixa e de muito baixa densidade.

Nas alturas de crise a tendência é para dar menos atenção às artes mas isso é um erro. A ideia foi defendida pelo Director da Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Superior Técnico de Castelo Branco, na cerimónia da inauguração das novas instalações. Discursando perante uma plateia de várias centenas pessoas na qual se encontrava o primeiro-ministro, José Filomeno Martins Raimundo realçou a importância da cultura nos tempos difíceis. “Os tempos que correm, em que a desesperança assola os corações de muita gente, sobretudo por virtude dos problemas económicos e financeiros do nosso país, podem gerar, compreensivamente, desinteresse no que às artes diz respeito. A música, seja na sua vertente especulativa ou performativa, pode ser olhada como um mero divertimento e, portanto, não merecendo um lugar na academia a par doutras áreas do conhecimento. Também o Design, que encontra soluções para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, pode estar sujeito a preconceitos, sobretudo por via da sua associação com a arte. No entanto, nós acreditamos que temos um papel social importante a desempenhar. Nos tempos que correm, mais facilmente tropeço com a convicção de que as artes são agentes imprescindíveis de transformação social”, declarou.As instalações da Escola Superior de Artes Aplicadas do Politécnico de Castelo Branco foram inauguradas na tarde do dia 2 de Dezembro, após “uma aventura que começou há 15 anos”, como fez questão de referir o director, que aproveitou a ocasião para agradecer a todos os que se empenharam na sua concretização. “Há muito tempo que se desejava um edifício em harmonia com as actividades promovidas pela Escola Superior de Artes Aplicadas e permitam-me a sinceridade e também vaidade: somos merecedores deste novo edifício. No entanto, foi preciso ter paciência, enquanto algumas pessoas de boa-vontade labutavam para podermos estar todos neste espaço”, disse, tendo referido os contributos do presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco, professor Carlos Maia, do anterior presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, Joaquim Mourão e do actual titular do cargo, Luís Correia.O presidente do Politécnico, Carlos Maia, referiu que o auto de consignação da obra foi assinado em 2012 e que poucas pessoas acreditavam que a escola acabasse por ser construída. “Na altura falava-se em bancarrota, deficit orçamental, etc. Seria fácil termo-nos resignado e ninguém nos criticaria por isso mas não o fizemos. Muitas vezes tivemos que justificar a construção de um edifício para uma escola de Artes no interior e esta coisa de ensino de artes no interior mas insistimos e fomos em frente. Valeu a pena. Este edifício engrandece Castelo Branco e a região”. Carlos Maia lembrou que um estudo recente feito pelas Universidades do Minho e do Porto indica que o Politécnico de Castelo Branco tem um impacto económico directo na economia da região de 40,2 milhões de euros por ano, o que corresponde a 5% do PIB da região. E acrescentou que, sem a instituição que dirige, muitos jovens não teriam tido oportunidade de obter qualificação superior e que muitos cidadãos nunca teriam visto actuar uma orquestra sinfónica ou uma orquestra de câmara e nunca teriam assistido a um desfile de moda, numa alusão aos músicos e designers formados pela Escola Superior de Artes Aplicadas. O primeiro-ministro defendeu a criação de “estímulos de diferenciação ou de discriminação positiva” para as regiões de baixa densidade, salientando o código do IRC e as novas regras dos incentivos fiscais ao investimento e a reforma do IRS. “Creio que as novas regras que o Parlamento se prepara para aprovar no âmbito da reforma do IRS poderão trazer também algumas notícias neste domínio, criando uma majoração fiscal maior para quem investe no interior, seja ao nível do investimento inicial ou novos investimentos de substituição, disse ainda Pedro Passos Coelho, que reconheceu no entanto que os investimentos feitos no interior não conseguiram travar a desertificação. “O próximo período de fundos comunitários (Portugal 2020) pode ser uma alavanca muito importante para o crescimento destas regiões, se soubermos aplicar bem esses recursos e se os dirigirmos realmente para projectos que tenham rentabilidade e retorno.”, disse.Guitarra superiorQuem quiser tirar um curso superior de guitarra portuguesa só o pode fazer no Politécnico de Castelo Branco, na Escola Superior de Artes Aplicadas. A licenciatura foi criada em 2008 na sequência de uma conversa entre os músicos e professores Miguel Carvalhinho e Custódio Castelo. Carvalhinho apresentou a ideia ao então director, Fernando Raposo e a mesma foi aprovada pelo Conselho Científico. O curso de Guitarra Portuguesa tem as mesmas disciplinas que os restantes cursos de instrumento da escola e dispensa a obrigatoriedade de se ter um percurso de conservatório. O aluno tem também aulas para ler pautas de música, para cantar no coro, para aprender história da música, o que completa a sua formação. Nesta altura o curso já tem dois mestrados, explicou a O MIRANTE, Miguel Carvalhinho, que faz a coordenação dos mesmos. “Temos o Mestrado em Performance e o Mestrado em Ensino”.As vagas para a licenciatura são bastante limitadas, uma vez que o Mestre Custódio Castelo, devido à sua actividade de concertista tem o seu tempo também limitado. Os alunos vêm de vários pontos do país para estudar com ele. Miguel Carvalhinho lembra que o primeiro aluno a inscrever-se, no ano lectivo 2008/2009, era de Faro. “Como acontece nestes casos os alunos procuram o mestre com quem querem estudar. Seguem o professor. O importante é o Custódio Castelo. As disciplinas teóricas complementam o trabalho”, explica. Pedro Ladeira, coordenador da licenciatura, confirma a situação. Tanto ele como Miguel Carvalhinho realçam o facto de Custódio Castelo reunir as qualidades de intérprete às de pedagogo. “É difícil reunir estas duas vertentes numa só pessoa”, diz Carvalhinho.A Escola Superior de Artes Aplicadas já tinha sido pioneira no lançamento de um curso de acordeão e pondera agora o lançamento de um curso de Bandolim, uma vez que existe bastante procura. A ideia da criação de opções de canto de fado e de viola de acompanhamento para juntar ao curso de guitarra portuguesa continuam em aberto.
Escola Superior de Artes Aplicadas do Politécnico de Castelo Branco tem novas instalações

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