A criação de uma rota turística que inclua os principais locais onde o escritor José Saramago viveu a sua infância e adolescência na Azinhaga, concelho da Golegã, é um dos projectos que a Fundação José Saramago pretende desenvolver. A informação foi adiantada pela responsável da Fundação e companheira do falecido escritor, Pilar del Rio, à margem da inauguração do mural “Passarola”, junto à residência dos estudantes do Politécnico de Santarém, que se realizou na tarde de 19 de Dezembro.O mapa com os locais e os textos identificativos “está feito, mas não realizado”, explica Pilar del Rio, garantindo que o pólo da Fundação na Azinhaga está a ser reactivado e que tem em vista um programa com muitas e novas actividades. “Espero a partir de agora poder vir com mais frequência a Portugal”, afirmou a jornalista e tradutora espanhola, confessando que um dia gostaria de viver na Azinhaga.De visita à região, no âmbito do 16º aniversário da atribuição do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago, Pilar del Rio ficou agradavelmente surpreendida com o mural “Passarola”, baseado no romance “Memorial do Convento” de José Saramago, e reconheceu que o autor do desenho, João Maurício “Violant”, tem um talento “de se lhe tirar o chapéu”. Em entrevista a O MIRANTE, a companheira dos últimos anos de vida do escritor confidenciou que “estas situações são sempre muito complicadas porque por um lado sente-se todo este carinho por José Saramago, mas ele já não está cá”.De capa negra aos ombros, Pilar del Rio e o presidente do Instituto Politécnico de Santarém, Jorge Justino, aceitaram o desafio e juntaram-se aos elementos da Tuna Académica da Escola Superior de Gestão e Tecnologia de Santarém numa actuação que abrilhantou a inauguração do mural.