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Um Saramago da autoria de Violant numa dimensão que impressionou Pilar del Rio

Mural num dos topos do pavilhão da escola da Golegã para incentivar a leitura

Foi há 16 anos, a 8 de Outubro de 1998, que José Saramago, natural de Azinhaga, no concelho da Golegã, ficou a saber que lhe tinha sido atribuído o Nobel da literatura.

Na manhã de sexta-feira, 19 de Dezembro, na Escola Martins Correia, na Golegã, a presidenta (designação que ela prefere à de presidente) da Fundação José Saramago, Pilar del Rio, teceu elogios ao mural representando o Nobel português da literatura, da autoria do jovem artista plástico João Maurício, que assina com o pseudónimo de Violant, afirmando que achava o trabalho impressionante, tanto pela sua dimensão como pela imaginação.“Saramago não está a dormir, nem a descansar. Está numa posição um bocado esquisita. É um Saramago abaixado. Se o víssemos ao contrário diríamos que está a correr porque tem uma perna à frente da outra. Está a trabalhar, a pensar... a pequena memória e a grande cultura que é a cultura e a língua portuguesas. O artista vestiu Saramago de uma forma que ele provavelmente nunca se vestiria. Esse é um privilégio que têm os criadores, que são capazes de fazer isto e nós perdoamos-lhes a vida”, referiu com humor. Falando em castelhano, como o faz sempre por, como diz, não querer “destruir” a língua portuguesa que conhece bem porque foi tradutora das obras do seu falecido marido para a sua língua, Pilar del Rio fez notar a curiosidade de João Maurício assinar Violant e Violante, que é o nome da filha de Saramago, e declarou-se surpreendida com o tamanho da pintura que ocupa toda a empena (parede de topo) do pavilhão desportivo da escola. “Há muitos anos, quando era primeiro-ministro, num programa de televisão, Mário Soares disse a propósito de um empréstimo a Portugal que era de 3 mil ou de 300 mil milhões. Eu estou como ele perante este mural enorme. Não sei se de 4 ou de 15 metros porque me perco a partir de um metro e sessenta”, disse, provocando o riso dos assistentes.João Maurício - Violant, jovem artista plástico de Riachos, Torres Novas, explicou que a sua inspiração para aquele trabalho foi o amor. “Não é uma homenagem a Saramago. É uma homenagem à paixão do homem por esta senhora que aqui está hoje. Uma forma de explicar que o amor move montanhas”.A presidenta da Fundação José Saramago foi primeiro à Azinhaga, terra natal do escritor, onde foi recebida pelo presidente da junta de freguesia e amigo do casal, Victor Guia. Durante a sua permanência na Escola da Golegã, no espaço em frente ao mural, assistiu à actuação do Rancho Folclórico dos Campinos da Azinhaga, de alunos da escola de música da Associação Cantar Nosso da Golegã e ouviu poemas lidos por jovens estudantes. O presidente da Assembleia Municipal da Golegã, Veiga Maltez, disse esperar que o mural com a imagem de Saramago possa servir de incentivo para que as pessoas procurem conhecer melhor a sua obra e o seu pensamento.Durante a tarde Pilar del Rio esteve na Escola Superior de Educação de Santarém, onde foi homenageada com a outorga do Público Louvor e da Medalha do Instituto Politécnico de Santarém (IPS) e inaugurou o mural “Passarola”, também da autoria de João Maurício, em frente à Residência dos Estudantes, no Complexo Andaluz.

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