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Compadre Manuel Serra d’Aire

Se não fosse o receio de ser acusado de assédio moral ou, até, eventualmente de outro tipo de assédio mais picante, diria que a sede de protagonismo de Luís Ferreira, o omnipresente chefe de gabinete da presidente da Câmara de Tomar, é um caso patológico digno de estudo. A última de Luís Ferreira foi por ti relatada no último email e é merecedora de um reforço da minha parte. Afinal de contas não é todos os dias que alguém aparece no facebok a sugerir que quem não gosta dele o execute. Felizmente para ele, como tu dizias, não estamos na Síria, no Afeganistão ou na Coreia do Norte.“Incomoda-o que eu exista? Pois tem bom remédio: execute-me ou mande-me executar”. Foi esta apelativa sentença que Luís Ferreira escreveu, referindo-se ao vereador do PSD João Tenreiro, que lhe dirigira uns mimos numa entrevista dada a O MIRANTE. Perante tal arrazoado, ou me engano muito ou a vontade do político socialista em ficar na História local é tanta que está disposto a tornar-se o primeiro mártir da causa autárquica e assim colocar-se ao nível de Santa Iria como figura incontornável de Tomar no que toca a sacrifícios, martírios e actividades conexas.Com tanta vontade que tem em aparecer, surpreende-me que Luís Ferreira ainda não tenha ido visitar José Sócrates a Évora, como já fez o seu camarada abrantino Jorge Lacão e muitas outras figuras e figurões. Aliás, a prisão preventiva de José Sócrates, no estabelecimento prisional de Évora, tornou-se em mais uma atracção turística da cidade alentejana e veio evidenciar novamente a triste sina de Santarém. Se não tivessem acabado com o presídio para presos especiais, digamos assim, que existia na cidade ribatejana, hoje o ex-primeiro-ministro provavelmente estaria na capital do Ribatejo a aguardar a decisão dos juízes e o velho burgo estaria todos os dias na boca do (nosso) mundo, visitada por personalidades nacionais, como o Barbas do Benfica, montes de jornalistas e de curiosos que se alimentam da desgraça alheia. Mais uma vez, a sorte grande passou ao lado da cidade.E não deixa também de ser curioso que o antigo presídio de Santarém tenha sido fechado e transferido para a posse do município precisamente quando José Sócrates era o chefe do Governo da nação (e por essas e outras benfeitorias até recebeu a medalha de ouro da cidade das mãos do então presidente da câmara Moita Flores). Hoje, provavelmente, alguns dos antigos ocupantes do presídio escalabitano serão colegas do ex-governante socialista em Évora. Ironias do destino.Espero que o Pai Natal este ano seja generoso para comigo como foi o Governo e algumas câmaras para os trabalhadores da administração pública, pois voltaram ao saudável hábito de dar tolerância de ponto nos dias festivos. É assim no Natal e é assim no Ano Novo. Pelos vistos o primeiro-ministro Passos Coelho, que nos roubou quatro feriados, entre eles o da restauração da independência, em nome do aumento da produtividade, descobriu agora que estamos a produzir tanto, mas tanto, que temos de abrandar o ritmo, não nos vá dar uma macacoa colectiva. É desta coerência e clareza de actuação que eu gosto nos políticos, sobretudo quando se aproximam eleições.Um bacalhau na Consoada e boas festas do Serafim das Neves

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