A seguir ao 25 de Abril os médicos que se formavam eram colocados nos locais onde eram necessários. Quem aceitava tinha emprego no Estado. Quem não aceitava ia à procura de emprego. Era uma medida correcta e foi assim que foi construído um magnífico Serviço Nacional de Saúde. Agora o que se passa é uma grande treta. Os médicos só vão para onde querem. É verdade que também pagamos professores, estruturas, equipamentos, bolsas, refeitórios, residências e funcionários para outras licenciaturas e defendo o mesmo princípio mas o Estado não precisa tanto de outros licenciados como de médicos e as vagas para médicos são poucas. Se algum ingénuo acredita que por pagar propinas e um quarto em Lisboa, Porto ou Coimbra é pagar o curso de medicina, está na hora de mudar de medicina para contabilidade ou gestão para aprender a fazer contas. Ficam dispensados de trabalhar no Serviço Nacional de Saúde os médicos das universidades privadas...ou então só são obrigados a trabalhar menos tempo que os outros. Afinal o Estado também canaliza verbas para os privados.Francisco Martins