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Uma karateca cheia de ambição

Uma karateca cheia de ambição

Inês Salgueiro ficou recentemente em quarto lugar no Campeonato Europeu de Karaté Shotokan, mas quer ir mais além e o mundial já está no horizonte. Com apenas 16 anos, a jovem quer seguir desporto quando for para o ensino superior e não vê a sua vida sem o karaté.

Inês Salgueiro, 16 anos, moradora no Forte da Casa, é um valor em ascensão no mundo do karaté. Descobriu a modalidade com apenas sete anos de idade e nunca mais parou. Antes ainda praticou futsal, no Forte da Casa, e frequentava aulas de música em Alverca. “Quando era criança sempre fui um pouco maria-rapaz e apenas gostava de fazer actividades mais orientadas para rapazes. Ao experimentar o karaté, um pouco por força da minha mãe, vi que era isto mesmo que queria e desisti de tudo o resto”, confessou a O MIRANTE.Parte integrante das Escolas de Karaté Shotokan Pedro Duarte, neste momento detém o cinturão castanho, mas é já em Março de 2015 que vai atingir o tão desejado cinturão negro, que todos os karatecas ambicionam um dia ter. É uma vencedora das competições nacionais e já começa a impor o seu lugar também nas internacionais. No Campeonato Europeu de Karaté Shotokan 2014, que decorreu em Zurique, na Suíça, de 28 a 30 de Novembro, conseguiu o quarto lugar. “Não estava à espera de ir ao europeu quanto mais conseguir um quarto lugar. Já andava a trabalhar há muito tempo para isto e foi extraordinário. Fiquei sem saber o que dizer, foi um orgulho. Como já sei que consigo, vou agora tentar chegar mais longe e atingir o primeiro lugar”, disse empolgada e muito sorridente.Como sempre conseguiu um horário acessível na escola, para conciliar com os treinos, treina todos os dias úteis. As notas escolares têm sido sempre boas e isso demonstra como a paixão pelo karaté nunca a fez descurar das mais importantes obrigações para uma jovem de 16 anos. É estudante do 11º ano, na área de Ciências e Tecnologias. Ambiciona entrar na faculdade e seguir “qualquer coisa que tenha a ver com o desporto”, mostrando-se ainda indecisa quanto ao futuro profissional.Fiel ao estilo ShotokanNunca pensou experimentar outro estilo no karaté que não o shotokan, dado ser este um estilo que exige mais força, rapidez e definição, exactamente aquilo com que se identifica. A paixão pelo karaté é partilhada também com o irmão mais novo, que está igualmente no cinturão castanho. Já a irmã mais velha, com 24 anos, tem preferências bem distintas, as danças de salão.Para já pensa participar no Campeonato Nacional da Federação Portuguesa de Karaté Shotokan, seguindo-se o Campeonato Nacional da Associação de Karate Shotokan de Portugal, da qual faz parte, as Alverquíadas e o Campeonato da Japan Karaté Association Portugal. É neste último que decorrerá o apuramento para o próximo campeonato europeu. Mas a sua ambição vai bem mais longe do que a Europa: “Já penso no mundial há muito tempo, mas primeiro tenho que pensar no europeu e conseguir ficar, pelo menos, no segundo ou terceiro lugares”, referiu.O mestre e sensei, Pedro Duarte, tem sido uma ajuda fundamental para Inês Salgueiro. “Sem o seu apoio nada disto teria conseguido. Sei que ficou muito orgulhoso do que alcancei em Zurique. Posso mesmo dizer que ficou um sensei babado”, evidenciou Inês Salgueiro.Até mesmo durante as férias não há um dia útil da semana em que não treine. Às segundas, quartas e sextas treina das 19h00 às 21h00, e às terças e quintas das 19h00 às 20h00, embora seja nestes dois últimos dias da semana que se dedica à competição e dá mais de si.Já não se imagina sem o karaté e confessa que o quarto lugar no europeu foi conseguido devido a “muita força de vontade” e a um “muito querer ter sempre bons resultados”.Para o sensei Pedro Duarte treinar a Inês é “uma honra”. O seu sorriso demonstra isso mesmo e o orgulho está estampado no rosto. “A Inês é uma menina muito empenhada e torna-se fácil treinar alguém que tem tanta vontade de triunfar e vencer”, disse. No entanto, apesar do bom momento Pedro Duarte afirma que sempre diz a Inês que esta “é apenas mais uma fase, entre outras tantas que correram menos bem e há que continuar a trabalhar muito”.O sensei confirma que não estava à espera que a jovem karateca viesse a ter uma prestação tão boa na Europa, dado que estava a competir entre os melhores e ainda por ser a sua primeira experiência a nível internacional. “Foi arrepiante”, mencionou satisfeito.
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