uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Bacalhauzeiro Serafim das Neves

Fui várias vezes abalroado pelo espírito natalício, principalmente em locais de grandes ajuntamentos populares, como supermercados. As pessoas que me pisaram e empurraram junto aos expositores dos produtos e que me ultrapassaram nas filas das caixas de pagamento são a prova de que o Natal continua vivo. Ao olhar para elas via-se que iam de olhos postos na estrela guia. Que não se queriam perder nem queriam perder tempo no caminho, para irem saudar o nascimento do menino Jesus. Eu limitei-me a ostentar um enorme sorriso cristão. Houve um dia que fiquei a segurar a porta de um estabelecimento durante dez minutos enquanto pessoas entravam e saiam em êxtase, de olhos tão, mas tão, no infinito, que nem sequer me viam na improvisada missão de porteiro. Constatei isso ao largar a porta, quando me deu uma cãibra. O estrondo do nariz de um adorador natalício a esborrachar-se contra o vidro foi tremendo mas ninguém voltou a cabeça. E ele também não tugiu nem mugiu. Ia concentradíssimo como calculas. Que beleza tem esta quadra festiva!!Uma coisa que me anda a preocupar é a mania da protecção ambiental. Nesse aspecto sou como o Francisco, o Papa, que condenou os radicalismos. Só foi pena não ter falado também a favor das árvores de Natal. As pessoas só vão descobrir o problema quando ele lhes cair em cima. Se por causa do imposto verde os sacos plásticos dos supermercados vão subir de dois para dez cêntimos, imagina qual será o imposto que vão pagar as árvores de Natal de plástico. Ou muito me engano ou ainda vamos ter que voltar aos velhos tempos de ir para as matas, de machado em punho, cortar pinheirinhos bebés.A ex-vereadora socialista da Câmara de Santarém, Graça Morgadinho, quer uma indemnização da câmara por se ter aleijado ao meter um pé num buraco de uma rua. Eu sou a favor da petição. No tempo em que a sinistrada participava na gestão municipal não havia buracos nas ruas. Era tudo lisinho. Era impossível alguém torcer um pé ou outra coisa qualquer. Agora que deixaram estragar tudo o que a dona Morgadinho e camaradas arranjaram, é bom que abram os cordões à bolsa e indemnizem quem tropeça em pedregulhos ou cai em buracos de metro e meio que mais parecem a boca do gigante Adamastor. Eu também quero ser indemnizado. Ainda não sei bem porquê mas quero. Nem que seja por tropeçar numa saliência de um passeio e bater com a cara num sinal de trânsito. Houve um tribunal que teve o desplante de mandar anular as eleições em que o Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Benavente foi reeleito para um mandato para o qual não podia ser reeleito. Eu fiquei chocado. As Santas Casas vêm do tempo da Rainha Santa Isabel. São instituições monárquicas. Cá por mim nem sequer devia haver eleições. A coroa era transmitida de pais para filhos, por exemplo. Os republicanos têm a mania de meter o nariz em tudo e depois dá nisto. E porquê Benavente?! Em quase todas as outras instituições do género aconteceu o mesmo e não houve espiga. Os estatutos dizem que as Assembleias Gerais podem autorizar os Provedores a recandidatarem-se a mandatos sucessivos até ao fim da vida, se forem imprescindíveis e toda a gente sabe que são. É por estas e por outras que a Justiça está como está. O Ano Novo está a começar e já tenho pena de 2014. Ano assim tão divertido não me lembro de ter tido. Amanhã vou a Tomar para andar de Tuck-Tuck. Também conto passar por Alpiarça para visitar as casas avieiras que o antigo presidente da câmara, o dótor Rosa do Céu, teve o bom gosto de prometer preservar para atrair turistas. Acho que foi graças àquela promessa que ganhou as eleições. Estou convencido que na altura trabalhava na câmara o actual chefe de gabinete da presidenta da câmara de Tomar. O Luís Mártir Ferreira. Aquilo é que é uma mente lustrosa...perdão...luminosa.Um abraço festivoManuel Serra d’Aire

Mais Notícias

    A carregar...