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Ainda o caso das “mulheres avantajadas”

Na edição de O MIRANTE, de 2014-12-18, foi publicado um artigo intitulado “Aluna da Alves Redol que criticou deputados tem muita imaginação e jeitinho para a escrita”Devo dizer que tomei conhecimento do texto enviado ao primeiro-ministro e ao professor Marcelo Rebelo de Sousa, onde a jovem Sofia Lixa relata a sua visita à Assembleia da República e ter surpreendido alguns dos senhores deputados a visionar imagens de “raparigas avantajadas” quando decorria um debate sobre o orçamento. Como cidadão português subscrevo na integra a atitude da jovem Sofia Lixa e estranho o teor do artigo publicado em O MIRANTE, bem como as reacções de alguns senhores deputados. Duas ideias-chave do título, “imaginação” e “jeitinho para a escrita”, como quem diz que o testemunho da jovem foi fruto de mera “imaginação”. Quanto à imaginação, esquecem que não foi só ela que viu o que viu. Quanto ao “jeitinho para a escrita”, se em Portugal abunda quem escreva “com os pés”, mesmo entre deputados, políticos e jornalistas, qual é o mal de se ter jeito para a escrita? Depois uma insinuação muito subtil: dá-se de barato que é quase impossível ver os computadores dos senhores deputados dos lugares onde presumivelmente Sofia Lixa estava sentada. Acaso os senhores deputados ou o senhor jornalista foi verificar “in loco” se é possível ou não?A finalizar o artigo uma insinuação que considero de grande baixeza: “Aparentemente a jovem terá romanceado a sua visita ao parlamento e resolveu apresentar trabalho aos professores recorrendo ao seu jeitinho para a escrita”.Lembro ao autor do artigo o seguinte aforismo, bem português: o bom julgador por si se julga … sensibilidade ferida? Lamento! Mas a experiência de vida sintetizada neste aforismo é resultado de uma observação acumulada de muitos séculos e gerações de todo o tipo de “julgadores” e de pessoas … até  daquelas que precisam de “apresentar trabalho”!O que precisamos em Portugal são mais pessoas como a Sofia Lixa: com imaginação, com “jeitinho para a escrita”, com boas notas, com espírito crítico, interventivas…o que bem dispensamos são pessoas com tiques de casta social e de corporativismo, pessoas de sensibilidade à flor da pele quando se toca nas atitudes de “pequenos cábulas”, de pessoas que são fiéis seguidores da “voz do dono”...Parabéns Sofia Lixa!José Bruno Garcia Falcão MachadoNota da Direcção - Como diz o autor da carta a certa altura, “o bom julgador por si se julga”.

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