Bruno Correia é uma cara sobejamente conhecida dos portugueses, sobretudo desde o Verão passado quando venceu a primeira edição do programa de talentos da TVI, Rising Star. Com 37 anos, Bruno diz que aprendeu a cantar mesmo antes de falar. É que até aos cinco anos pensavam que seria mudo. Subitamente começou a cantarolar e nunca mais parou até hoje.Os seus grandes ídolos são Celine Dion e Lara Fabian e é no registo destas cantoras que se sente bem. Começou no grupo juvenil Onda Choc, passou pelos Malta Pop e foi ainda na juventude que começou a concorrer a programas musicais de televisão.A vida de Bruno Correia nem sempre foi fácil. Embora nunca desistindo da música, teve que enveredar também por outros caminhos e, no ano 2002, mudou-se da freguesia de Santa Maria dos Olivais, em Lisboa, onde morava com os pais, para a Póvoa de Santa Iria.Tirou o curso de técnico de farmácia e adorou trabalhar na Farmácia Valentim. “Cheguei aqui porque uma das minhas irmãs conhecia a Dra. Leonor Galhardo e sabia que estava à procura de um técnico de farmácia. As pessoas gostavam muito de mim e, como tinha paciência para as ouvir, muitas das vezes pediam para que fosse eu a atendê-las. Isso é muito importante, porque demonstra o afecto das pessoas para connosco”, disse, transmitindo carinho pela profissão que escolheu abraçar na altura.Mais tarde deixa a farmácia, para abrir uma clínica e parafarmácia, também na Póvoa de Santa Iria, chamada BrizzaNatur. O negócio manteve-se por mais de cinco anos, mas como o amor pela música sempre falou mais alto decidiu largar tudo e dedicar-se em exclusivo à profissão de cantor.Entre Lisboa e a Póvoa de Santa IriaEmbora tenha voltado para Lisboa, nunca perdeu o contacto com o concelho de Vila Franca de Xira porque é aí que moram seis dos seus sete irmãos, assim como a sua melhor amiga. “Passados uns anos de ter encerrado a parafarmárcia ainda abri uma loja de decoração perto dos bombeiros da Póvoa de Santa Iria e não ponho de lado a hipótese de voltar até porque é lá que está parte da minha família”, referiu.Apesar de ter sido dos concorrentes com as pontuações mais altas em todas as galas, diz que nunca pensou ganhar o concurso, embora tenha consciência que era “um dos concorrentes mais fortes” e poderia chegar à final.Está prestes a lançar um single, em Janeiro, e o álbum chegará em Fevereiro, ainda sem nome definido, com músicas maioritariamente em português. No entanto, este não é o primeiro trabalho discográfico de Bruno Correia. Logo após ter ficado em quarto lugar num outro concurso de talentos da RTP, a Operação Triunfo, em 2010, lançou “Unconditional”, com músicas apenas em inglês. Embora tenha corrido tudo bem até ao lançamento do álbum, o desfecho não foi o esperado. “A editora que lançou o álbum não me pagou um tostão, nem sequer ao estúdio, fotógrafos, banda, produtora ou coristas. É um caso que ainda está a decorrer nos tribunais, porque até a Sociedade Portuguesa de Autores foi enganada”, revelou. Mesmo assim, confessa que este álbum deu-lhe mais visibilidade, tanto em Portugal como no estrangeiro, e alega que foi com ele que conseguiu seguidores que se mantêm até hoje. Embora gostasse de apostar numa carreira internacional, Bruno Correia defende que “em Portugal é que há terreno para desbravar, até porque apenas dão oportunidades sempre aos mesmos, quando há excelentes vozes pelo país fora”.Reconhecimento internacionalUma das músicas que irá fazer parte do novo álbum foi escrita por Jud Friedman e Allan Rich, produtores de “Run to You” de Whitney Houston, que faz parte integrante do álbum Bodyguard. “Sinto-me muito orgulhoso, sobretudo porque eles consideram a minha voz muito boa, de nível internacional”, adiantou.Para além do lançamento do álbum, o artista ambiciona ainda fazer carreira na televisão, como actor de novelas, embora são seja uma das suas grandes prioridades. “Se o convite aparecer não irei recusar”, esclareceu, adiantando que prefere “cimentar primeiro a carreira na música e só depois lançar-se para outros projectos”.