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Relatórios finais sobre fuga de lixiviados em aterro de Alverca entregues antes do fim do ano

Relatórios finais sobre fuga de lixiviados em aterro de Alverca entregues antes do fim do ano

Eleitos municipais de Vila Franca de Xira criticaram Valorsul por manter em segredo documentos produzidos pelo LNEC.

Oito meses depois de uma fuga de resíduos lixiviados no aterro de Mato da Cruz ter alarmado a população de Arcena e Alverca, no concelho de Vila Franca de Xira, a empresa responsável pela exploração do aterro, a Valorsul, diz que vai entregar à câmara os relatórios finais produzidos pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) antes do final do ano.Contactada por O MIRANTE, a empresa explica que o relatório técnico e um resumo não técnico, “referentes à análise integrada dos resultados obtidos a partir da campanha de prospecção geofísica e dos resultados provenientes da campanha de sondagens e colheita de amostras de solo” no aterro onde decorreu a fuga tóxica, serão entregues na Câmara de Vila Franca de Xira na segunda-feira, 29 de Dezembro, data de fecho desta edição.A garantia de disponibilização dos relatórios foi dada ao nosso jornal depois dos eleitos da assembleia municipal terem criticado, na última sessão pública daquele órgão, todo o secretismo em torno do assunto e do presidente da câmara se ter lamentado de ter oficiado a empresa e não ter recebido resposta.“Neste ano houve potenciais consequências da fuga de lixiviados mas, até hoje, só tivemos acesso ao relatório preliminar do LNEC sobre o assunto, nunca nos tendo sido entregues os relatórios posteriores. Este aterro tem algum passivo ambiental no concelho. Não sabemos como foram seladas algumas zonas e como foi acautelada a sua estanquicidade porque não temos relatórios”, criticou Hélder Careto, presidente da Comissão de Sustentabilidade Ambiental da assembleia. O presidente da câmara, Alberto Mesquita (PS), também criticou a não disponibilização dos relatórios sobre o incidente dos lixiviados, tendo oficiado a empresa a facultar, com a maior celeridade possível, os dados do LNEC sobre esse assunto. Ainda para mais quando o município é um dos accionistas da empresa. “Temos acompanhado este assunto do aterro sanitário desde sempre. A longevidade deste aterro é uma preocupação bastante grande. Além do ofício já estamos a tentar marcar uma reunião com a empresa para colocar algumas das questões que nos preocupam a todos”, informou. Alberto Mesquita disse também que o aterro, depois de selado, não será partilhado com interesses privados. “Quando for selado, aquele terreno é da câmara, disso não haja qualquer dúvida, e não vamos dividi-lo com ninguém”, avisou o autarca.Hélder Careto, da comissão de sustentabilidade, lembrou também que o aterro está no limite da sua vida útil e que muitas das suas células já foram seladas. “Do que sei a Valorsul anda já à procura de um novo local aqui na região onde possa instalar o seu novo aterro, porque Mato da Cruz não vai durar muito mais”, informou. Da bancada do Bloco de Esquerda, o eleito Carlos Patrão, lembrou que o aterro “será sempre problemático” e mostra-se apreensivo quanto às futuras alternativas que irão surgir a este aterro no concelho. Da parte da CDU Carlos Braga notou o “difícil momento” que o aterro atravessa e manifestou preocupação face ao derrame dos lixiviados. “É preocupante”, vincou. Da bancada socialista Bruno Cordeiro notou a aproximação da data de validade do aterro e lamentou que a Valorsul ainda não tenha dado uma resposta satisfatória sobre o assunto.Fuga de lixiviados gerou apreensãoA fuga dos lixiviados, recorde-se, foi registada em Abril último e, segundo informação avançada na altura pela Valorsul, ficou confinada a terrenos próprios, assegurando que a situação estava “controlada” e não representava riscos para a saúde pública. A fuga dos lixiviados - um líquido com grande carga poluente proveniente da biodegradação da massa de resíduos que se acumulam no fundo do aterro - gerou um clima de apreensão na região e no concelho. Muitos moradores temeram que a situação pudesse contaminar lençóis de água e zonas habitadas do alto de Arcena, onde há captações de água e ribeiros. Aterro serve 19 concelhosO aterro sanitário de Mato da Cruz está em funcionamento desde 1998 e nunca tinha sido registada na sua história uma fuga semelhante. O aterro ocupa uma área de 42 hectares na fronteira entre as freguesias de Alverca e Calhandriz e já lá foram depositadas mais de 6 milhões de toneladas de resíduos. O aterro serve os municípios de Alenquer, Alcobaça, Amadora, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lisboa, Loures, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Odivelas, Peniche, Rio Maior, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira.
Relatórios finais sobre fuga de lixiviados em aterro de Alverca entregues antes do fim do ano

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