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A dentista que gosta de conversar com os pacientes durante as consultas

A dentista que gosta de conversar com os pacientes durante as consultas

Graciete Dias tem consultório em Alpiarça há dezasseis anos

A proprietária da Clínica de Medicina Dentária GLD lamenta que a maioria das pessoas só vá ao dentista em último recurso. Acha que o medo dos dentistas que nasceu quando as extracções eram feitas a sangue frio foi transmitido de geração em geração até aos tempos actuais.

Ana Isabel BorregoGraciete Dias nasceu na Glória do Ribatejo e era uma criança normalíssima que não sonhava arrancar dentes a ninguém quando fosse grande. Conta que numas alturas queria ser hospedeira de bordo, noutras toureira e noutras ainda veterinária. Acabou por ser dentista embora tivesse tentado ser Médica de outras doenças."Licenciei-me em Medicina Dentária pelo Instituto Egas Moniz, em Lisboa, e depois de concluir o curso ainda tentei entrar em Medicina. Na altura, havia duas vagas para pessoas já licenciadas. Fiquei em terceiro lugar. Foi um momento amargo”, conta.Tem consultório em Alpiarça há 16 anos. Trata-se da Clínica de Medicina Dentária GLD, a funcionar na Rua Dr. Duarte Governo, no centro da vila de onde é natural o marido. Ainda não desistiu totalmente do sonho da medicina geral.No entanto, com o nascimento dos filhos e a vida profissional atarefada foi deixando esse sonho adormecido. Mas ainda não fechou totalmente as portas e diz que “um dia” pode voltar a tentar.Lamenta que a maioria das pessoas só procure o dentista em último recurso. “Eu percebo que algumas pessoas mais idosas, por se lembrarem das extracções de dentes a sangue frio, tenham medo mas os jovens também evitam o dentista. Se calhar foram os mais velhos a transmitir o medo aos mais novos”, reflecte. Para atenuar os receios dos clientes, Graciete Dias conta que quando se trata de crianças as tenta distrair contando-lhes histórias e explicando-lhes para que servem todos os instrumentos que usa no seu trabalho. “O mais importante é não lhes mentir. Digo-lhes que o que vou fazer pode incomodar um bocadinho. E é verdade. Muitas vezes não dói. É mais o incómodo e o barulho do instrumento em contacto com os dentes. O importante é que os mais novos relaxem e percebam tudo. Assim não têm medo”, refere.Diz que gosta de fazer as suas consultas “nas calmas”. Conversa com a sua assistente e também com o paciente sobre temas banais, que ajudem a descontrair. Conta que algumas pessoas chegam a tirar o tubo do aspirador na boca para poderem participar nas conversas e dar as suas opiniões. “As pessoas gostam de um bocadinho de atenção. Gostam de conversar e a mim não me custa nada fazer isso. Dá-me prazer perceber que estou a contribuir para melhorar o seu dia. Talvez seja por isso que muitas vezes estabeleço laços de amizade com alguns pacientes. Tenho clientes que já vêm cá há muitos anos e às vezes tratamo-nos como se fossemos pessoas da mesma família”, explica.O sorriso continua a ser o seu melhor cartão-de-visita e aos poucos vai notando que começa a haver algumas mudanças de atitude e há mais pessoas a fazer consultas de prevenção. “O ideal seria visitarmos o dentista de seis em seis meses mas se formos uma vez por ano já é bom. O objectivo é prevenir e controlar os problemas que possam surgir”, explica. Para quem não tem a noção dos problemas que um dente estragado ou a falta dele pode provocar, dá exemplos. “A falta de um dente para mastigar pode trazer problemas de articulação e até de coluna”, explica. Na sua clínica de medicina dentária os serviços mais procurados pelos clientes são restaurações, extracções e desvitalizações. Também tem serviço de Ortodôncia mas o mesmo não é tão procurado uma vez que é um tratamento prolongado e como tal fica mais caro. “Muitas pessoas não têm dinheiro, o que é pena”. Graciete Dias passa os dias no consultório. Qualidade de serviço, confiança e transparência são, na sua opinião, o segredo do sucesso.
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