Luís Fernandes reconduzido na presidência da associação de africanos do concelho de Vila Franca de Xira
Aproximar os africanos e ajudá-los na inserção na vida activa são prioridades para o novo presidente. A associação, sedeada em Vialonga, apoia 500 pessoas da freguesia todos os meses, num total de 120 famílias
Aproximar os cidadãos africanos, apoiá-los na inserção na vida activa e na procura de emprego, bem como ajudá-los a alcançar maiores índices de escolaridade são os principais objectivos da nova direcção da associação dos africanos do concelho de Vila Franca de Xira.A nova direcção é encabeçada pelo anterior presidente, Luís Fernandes, e tomou posse no dia 20 de Dezembro em Vialonga. Luís Fernandes, 70 anos, notou no seu discurso que será objectivo contribuir para o crescimento dos africanos membros da associação, enquanto cidadãos activos, culturalmente enriquecidos, com estilos de vida saudáveis e hábitos culturais e desportivos que os aproximem da comunidade.Recorde-se que a associação, sedeada em Vialonga, mata a fome a 500 pessoas da freguesia todos os meses, num total de 120 famílias. O número de pessoas a precisar de ajuda alimentar tem vindo a crescer todos os anos, como disse a O MIRANTE Luís Fernandes numa entrevista recente. Segundo notou, a maioria das pessoas em dificuldades estava sem emprego há vários meses e sem receber subsídios do Estado. A maior parte tinha entre 40 e 50 anos. A associação funciona em instalações cedidas pela câmara no bairro do Olival de Fora, em Vialonga, que carecem de obras urgentes. A Junta de Vialonga vai ajudando com materiais, máquinas e pessoal mas não tem dinheiro suficiente para conseguir realizar todas as intervenções necessárias.Luís Fernandes é um rosto conhecido junto da comunidade africana e do movimento associativo do concelho. Nessa conversa com O MIRANTE, recorde-se, notou que a crise económica não causa apenas falta de comer na mesa mas também potencia o agravamento dos casos de racismo e xenofobia para com a comunidade africana. Criticava as empresas do concelho por continuarem a contratar funcionários não com base nas qualificações mas com base na cor da pele e lamentava que muita gente quisesse abandonar o concelho para voltar para Angola e Moçambique.Quem conhece Luís Fernandes diz que é frequente vê-lo a transportar africanos para Lisboa e a correr as diferentes embaixadas da capital para ajudar os imigrantes africanos no preenchimento dos papéis necessários à permanência em território nacional. Natural da Guiné Bissau, o dirigente veio trabalhar como técnico de cerâmica numa empresa da Castanheira do Ribatejo nos anos 70. Chegou a combater na guerra do Ultramar e em Portugal foi presidente da comissão de verificação e controle do PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde). A associação dos africanos do concelho de Vila Franca de Xira presta apoio directo e indirecto, anualmente, a mais de mil pessoas. Tem cerca de 700 associados e nas suas instalações organiza vários eventos em parceria com outras entidades, como cursos profissionais para a comunidade e serviços de contabilidade e apoio jurídico para quem precisa. Tem também um Gabinete de Inserção Profissional que presta apoio às pessoas que procuram uma porta de entrada no mercado de trabalho. A associação foi idealizada por Luís Lourenço no final dos anos 90.
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