Schola Cantorum dá outra cor às missas em Santarém
Grupo coral da Catedral de Santarém foi criado em 2012 e participa em vários concertos por ano. A sua missão é animar as cerimónias litúrgicas e, ao mesmo tempo, aproximar os jovens da música e da igreja.
Vestidos com batinas vermelhas e brancas até aos pés os pequenos cantores da Schola Cantorum da Catedral de Santarém abrilhantam a missa de sábado de manhã na Igreja da Piedade, em Santarém. Aos segundos sábados de cada mês dão um colorido diferente à homilia com as suas interpretações de canto gregoriano e músicas litúrgicas contemporâneas. A Schola Cantorum foi criada em Agosto de 2012 e dá continuidade ao Coro de Pequenos Cantores de São Francisco, criado anteriormente pela Câmara de Santarém. A Schola Cantorum surgiu no seguimento do protocolo da Rota das Catedrais. O financiamento inicial deste projecto foi para o restauro da Catedral de Santarém e para a criação do Museu Diocesano, inaugurado o ano passado. “Aquando da assinatura do protocolo acrescentou-se também a criação da Schola Cantorum. Considerou-se que seria importante devolver a vida que já existiu nas igrejas”, explicou David Paccetti Correia, director artístico, organista e professor de órgão da escola.David Paccetti Correia explica que o objectivo de criar a Schola Cantorum foi tornar as missas mais animadas e interessantes. “Há 200 anos todas as catedrais em Portugal tinham uma orquestra e coro de nível profissional mas hoje não é assim. Agora estamos a tentar recuperar isso. Estamos a fazer com que se oiça novamente boa música litúrgica nas igrejas. Se queremos ouvir uma missa de Mozart, provavelmente, temos que ir a uma sala de espectáculos a Lisboa e Mozart compôs missas para serem executadas em igrejas. Ir a concertos ouvir missas de Mozart é ouvir algo fora do contexto”, refere.A Schola Cantorum da Catedral de Santarém é composta por cerca de três dezenas de elementos, entre os seis e os 18 anos. Para integrar o coro basta gostar de música e de cantar. Maria Diniz tem 11 anos e pertence à Schola Cantorum desde o início. O avô é diácono e desafiou-a a experimentar. A menina gostou e decidiu ficar para aprofundar a sua paixão pela música. Sonha ser cantora e pretende seguir o curso de música. Também Leonor Picoito, 13 anos, decidiu arriscar quando teve conhecimento que ia abrir a Schola Cantorum. Ela e mais três irmãos, as gémeas Beatriz e Joana, e Miguel integram o coro. Leonor adora cantar e pretende seguir uma carreira profissional no mundo da música ou da representação.O director artístico da Schola garante que não tem sido difícil recrutar jovens para o coro. Apostam em trabalhar bem com os jovens que integram a Schola e eles trazem outros amigos. Prova disso é que estão sempre a entrar novos elementos. Esta é também uma forma de cativar jovens para a igreja. Em 2014 tiveram cerca de 30 actuações, dez das quais fora de Santarém. Também o ano passado participaram no Encontro Internacional de Pequenos Cantores, em Paris [França], tendo sido o único coro português a presente.Pedro Roland Rodrigues é o maestro da Schola Cantorum e confessa que não é fácil dirigir tantos jovens. No entanto, com grande rigor e muita disciplina tudo se consegue. O maestro, de 29, licenciado em Direcção Coral e Formação Musical, faz um balanço “muito” positivo dos dois anos e meio de actividade do coro. “É preciso programar todos os pequenos detalhes mas é muito recompensador porque os jovens absorvem todos os ensinamentos e evoluem todos os dias um bocadinho mais”, explica. David Paccetti Correia, 38 anos, nasceu em Lisboa mas mudou-se para Santarém há cerca de dois anos. Primeiro foi chamado para o cargo de gestor dos órgãos de tubos da cidade de Santarém, tendo ficado responsável pela sua manutenção e organização de concertos. Entretanto, foi convidado para dirigir o Coro dos Pequenos Cantores de São Francisco e transitou para a Schola Cantorum em 2012.
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