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Mira Amaral avisa que banca comercial não é bóia de salvação para empresas endividadas

Mira Amaral avisa que banca comercial não é bóia de salvação para empresas endividadas

Presidente do Banco BIC foi um dos oradores convidados do seminário “Oportunidades de Negócio e Financiamento à Inovação e Internacionalização”, em Torres Novas.

“A banca comercial tem que fazer investimentos com poucos riscos e, em Portugal, temos poucas empresas com boa qualidade e um baixo nível de risco para ajudar a capitalizar. Por isso, não é a banca comercial que vai resolver o problema das empresas altamente endividadas”. A frase é de Luís Mira Amaral, presidente do Banco BIC, e foi proferida durante o seminário empresarial “Oportunidades de Negócio e Financiamento à Inovação e Internacionalização - Angola, Brasil e Cabo Verde”, que decorreu no auditório Nersant, em Torres Novas, na quinta-feira, 22 de Janeiro. “Não tenham ilusões nesta matéria. Só apostamos em quem não arrisca o nosso dinheiro. A banca comercial não tem um problema de liquidez mas um problema de risco”, complementou.O gestor considera que, em alternativa, o Governo poderia ajudar as pequenas e médias empresas (PME) que têm actualmente problemas de falta de liquidez com duas medidas: através de fundos de recapitalização (como fez com a banca) e facultando empréstimos que serão pagos quando for possível ou estas alcancem viabilidade económica. Acrescentou ainda que o Estado deveria considerar como um “custo fiscal” (ou seja, com taxa de juro) o dinheiro que os empresários aplicam nos seus negócios. “Terão que existir instrumentos de capitalização para estas empresas ou, em alternativa, serem os empresários a injectar fundos próprios para as recapitalizarem”, defendeu.Desafiado por José Eduardo Carvalho, presidente da AIP, a responder sobre os efeitos da baixa do preço do petróleo em Angola na vida dos empresários que ali têm os seus investimentos, Mira Amaral referiu que as empresas, nomeadamente as de construção civil, devem estar preparadas para, nos próximos tempos, sofrerem “atrasos nos pagamentos” devido a “ajustes orçamentais” que terão que ser feitos. Luís Mira Amaral refere que os exportadores portugueses já estão a sentir esses efeitos, sendo que até sentem que lhes podem começar a pagar em géneros. Deu ainda conta que o Banco BIC tem uma captação de recursos que tem crescido a uma taxa muito superior ao crédito concedido, afirmando que este se baseia num binómio qualidade/risco aceitável. “Para estas empresas, consideradas de baixo risco, o Banco BIC dispõe de um total de mais de 1700 milhões de euros para financiamento”, salientou.A importância do mercado angolano e de investimento estrangeiroJosé Eduardo Carvalho, presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP), referiu que os objectivos deste seminário, organizado pelo Banco BIC, AIP, SPI e Nersant, passaram pela caracterização de alguns mercados importantes para a economia portuguesa e para dar a conhecer aos empresários alguns instrumentos de apoio à internacionalização, bem como reflectir sobre algumas questões económicas conjunturais. “Angola é o quarto mercado de destino das nossas exportações e temos, actualmente, 8400 empresas portuguesas que internacionalizaram relações comerciais com Angola”, referiu. Num segundo ponto abordado, José Eduardo Carvalho afirmou a necessidade de atracção de investimento estrangeiro para Portugal porque, considera, a estagnação económica só é ultrapassada se existir um concreto investimento estrangeiro em Portugal.
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