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Infalível Manuel Serra d’Aire

Como tu bem recordaste, os nossos hospitais não têm tido mãos a medir nos últimos tempos. E não foi só por causa dos engripados e afins que entopem as urgências. De repente, os deputados ribatejanos de todos os partidos caíram como uma praga de gafanhotos sobre os hospitais da região e as respectivas administrações não tiveram mãos a medir para os receber e dizer-lhes aquilo que toda a gente sabe há que tempos: que não há médicos, não há camas para internamento nem macas para acolher os desgraçados que têm o azar de lá ir parar.Obviamente não era necessário ir aos hospitais para se ter conhecimento dessa realidade. Bastava um telefonema ou simplesmente estar atento às notícias. Mas os nossos deputados têm à segunda-feira um dia para trabalho de campo e aproveitaram-no para cair em catadupa sobre os hospitais ribatejanos, o que quase obrigou as administrações hospitalares a implementarem a triagem de Manchester a deputados e outros políticos, tal foi a afluência. Li que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro atribuiu os prémios “Gazela” a empresas da Região Centro. As distinções destinam-se a empresas jovens e com elevados ritmos de crescimento e das 46 galardoadas três eram do Entroncamento e uma de Ourém. Até aqui tudo bem. A questão é que do total de premiados, 12 não quiseram que o seu nome fosse divulgado. Numa sociedade marcada pela vaidade e pelo exibicionismo, este sinal de humildade dá que pensar. Pelos vistos ainda há empresários que não gostam de ver os seus méritos reconhecidos publicamente. Resta saber, perante tanta reserva e timidez, como raio conseguem impingir os seus produtos aos clientes.Depois da consagração do fado e do cante alentejano como património imaterial da humanidade, depois de o presidente da Entidade Regional de Turismo ter avançado com a ideia de candidatar o fandango a idêntica distinção, fiquei a saber esta semana que se prepara a candidatura dos jogos tradicionais portugueses a igual classificação. Tremo de emoção só de pensar que ainda vamos ver a sueca, a bisca lambida, o jogo da moeda, o chinquilho e o dominó com um estatuto desses. E se os promotores forem suficientemente ambiciosos e arrojados, podem incluir no pacote, salvo seja, outras actividades lúdicas que já têm o rótulo de clássicas, como a disputa de terras à sacholada, o fogo posto e o gamanço de carteiras no 13 de Maio em Fátima.Tal como sugeres, também considero que Santarém devia seguir o exemplo da Covilhã e promover uma manifestação popular de apoio e desagravo ao cidadão José Sócrates, pois também a cidade ribatejana o distinguiu, em 2009, com a Medalha de Ouro pelos altos serviços prestados, graças à iniciativa do então presidente da câmara, Moita Flores. Sempre ouvi dizer que é no hospital e na prisão que se vê quem são os amigos e uma excursão escalabitana a Évora constituiria também uma preciosa oportunidade para o actual presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, se redimir por não ter comparecido à célebre reunião de câmara onde foi votada a atribuição da medalha da cidade a Sócrates, devido a uma inoportuna doença que atacou o autarca do PSD precisamente nesse dia. Há coisas do caraças!Saudações polares do Serafim das Neves

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