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Bar com música ao vivo no centro da aldeia divide população da Calhandriz

Bar com música ao vivo no centro da aldeia divide população da Calhandriz

Responsável do estabelecimento garante cumprir com todas as licenças

Algumas pessoas que vivem no centro da aldeia estão revoltadas com um bar de música ao vivo que, nas noites de sexta e sábado, não as deixa pregar olho. O empresário garante cumprir com as normas. Face à polémica a câmara vai analisar o problema.

Cerca de duas dezenas de moradores do centro da aldeia da Calhandriz, no concelho de Vila Franca de Xira, estão contra o ruído causado por um bar que ali abriu portas e avançaram com um abaixo-assinado na última semana onde pedem à câmara que feche o estabelecimento. A opinião, contudo, não é consensual, pois há também quem entenda que o bar faz falta para dinamizar a aldeia e trazer mais gente jovem à localidade. O bar “Kud’Judas”, situado entre várias habitações da rua Francisco Anastácio Gomes, tem funcionado às sextas e aos sábados à noite. A Guarda Nacional Republicana já foi chamada ao local várias vezes pela população mas apenas para constatar que o empresário tem cumprido com as suas licenças e autorizações de funcionamento. Incluindo com a licença de ruído. O caso já chegou à Câmara de Vila Franca de Xira e o presidente promete analisar o assunto, admitindo que poderá retirar as licenças que permitem ao estabelecimento manter a porta aberta. Na última reunião pública de câmara seis moradores foram à sessão pedir ao presidente que os deixe dormir. “Não há respeito por quem aqui vive, há pessoas doentes e não lhes faz bem estarem expostas às vibrações causadas pela música alta. Além disso o bar não tem saída de emergência e a zona de fumadores é uma porta nas traseiras que, já podem imaginar, está sempre aberta e deixa sair ainda mais ruído”, lamentou Luís Xavier, morador. Outro residente da aldeia, Fernando Rosa, queixa-se de não conseguir dormir nesses dias. “Vivo poucas casas ao lado e aquilo é insuportável. Depois de fecharem ainda há gente na rua aos gritos e aos pontapés aos portões. É indecente, isto é uma terra de gente velha que precisa de sossego”, critica a O MIRANTE.O presidente da junta de freguesia, Mário Cantiga (CDU), considera “inacreditável” que a câmara tenha passado licença de ruído a um bar inserido numa zona rural onde impera o sossego e o silêncio. “O bar está numa casa velhíssima, não tem placa, é só paredes de tabique e pedra. Houve gente a optar por comprar casa aqui em vez das cidades para estarem em sossego, agora são confrontados com isto”, lamenta.O presidente da câmara, Alberto Mesquita (PS), explicou que “há decisões que se impõem” e deu instruções para que, “rapidamente”, se encontre uma solução para o problema, que pode mesmo passar pela retirada das licenças.O responsável do bar “Kud’Judas”, Luís Palma, admite a O MIRANTE que alguns moradores “talvez tenham razão” em algumas queixas mas nota que este é o seu ganha-pão e garante ter respeito pelos moradores. “Nunca tive zaragatas nem problemas no bar. Apesar da licença, só trabalho até às 02h00 e não trabalho ao domingo, quando o poderia fazer. Compreendo a posição dos moradores mas temos todas as licenças que nos permitem funcionar como temos feito”, explica. O empresário refere também que, ao contrário do que dizem alguns moradores, não necessita de saída de emergência porque não tem pista dançante. “Também tenho gente da Calhandriz a frequentar o bar e algumas pessoas que dizem que somos importantes para poder dar uma oferta aos jovens que aqui vivem”, refere. Luís Palma confirma que a GNR apareceu no bar “uma ou duas vezes” e refere que pessoalmente, até à data, não recebeu qualquer queixa dos munícipes.
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